O longa Bimi Shu Ikaya, dirigido por Isaka Huni Kuin, Siã Huni Kuin e Yube Huni Kuin, foi destaque durante a Mostra do Filme Livre (MFL) 2019, em Brasília.
O documentário foi feito pela produtora acreana Saci Filmes e filmado na praia do Carapanã, na Aldeia Segredo do Artesão, em Tarauacá.
Inclusive, o diretor Isaka Huni Kuin participará no próximo domingo, 12, do encerramento da Mostra que terá a exibição do filme. Também será realizado um debate com participantes do evento.
A MFL é considerada uma das maiores mostras do país e leva às telas dos Centros Culturais Banco do Brasil (CCBB) filmes que, em sua maioria, não receberam patrocínio, leis de incentivo ou editais.
Conforme a decisão do júri, o filme se destaca pela abordagem da linguagem cinematográfica que utiliza o ritmo da vida e dos acontecimentos em uma profunda relação com o tempo que o cinema consegue conceder à narrativa.
“Ao usar da metalinguagem como artifício à narrativa, o filme ganha potência ao revelar a urgência e a pertinência da ferramenta do cinema para preservação da memória da avó Bimi e de toda a cultura dos povos indígenas, que tem a característica da oralidade, orgânica e efêmera”, diz trecho do texto.
Ainda segundo o júri, o longa evidencia o potencial do cinema como possibilidade democratizadora, que utiliza a ferramenta audiovisual e sua capacidade de registro ao alcance dos povos indígenas.
“Para além disso, Bimi Shu Ikaya é também uma busca metalinguística pelo lugar/território dentro do cinema, do acesso a apoios e incentivos para exercer a atividade como maneira de sobrevivência. Um lugar de existência, do saber e de persistir. A resistência e a permanência como forma de conhecimento e tradição.”