Há exatos cinco dias, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou o corte de 30% do orçamento das universidades federais. O ministro justifica a redução sob o pretexto de que as instituições promovem “balbúrdia” e de que têm baixo desempenho acadêmico.
Se confirmado o corte, a Universidade Federal do Acre (Ufac) pode perder R$ 15 milhões. O bloqueio pode afetar, inclusive, o segundo semestre da universidade.
“Os impactos no funcionamento da instituição serão gravíssimos, à medida que inviabilizará o pagamento de suas despesas ordinárias. Os serviços de manutenção, como energia, limpeza, segurança e insumos para laboratórios, sofrerão drásticas consequências, causando sérios prejuízos nas atividades acadêmicas no próximo semestre letivo”, diz nota emitida pela Ufac.
Em coletiva de imprensa, a reitora Guida Aquino afirmou: “Se mantido esse percentual, só vamos conseguir encerrar o primeiro semestre”.
Aquino destaca que, além de iniciar o ano letivo de 2019 com déficit, a universidade vem sofrendo cortes no orçamento há dois anos. “Iniciamos esse ano com déficit e, se for mantido esse percentual de corte agora, não vamos para o segundo semestre”.
Membro da diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a reitora participará de uma reunião com o ministro da Educação no próximo dia 16 de maio.
“A Ufac buscará, incansavelmente, manter a interlocução com os canais competentes do Governo Federal, por intermédio dos legítimos meios de representação, na busca permanente de viabilizar a continuidade das ações da universidade em prol da sociedade acreana”.
Atualmente, a Ufac recebe R$ 44 milhões em verbas federais, tanto para custeio, como para capital. São mais de 12 mil estudantes e um quadro de servidores docentes e técnico-administrativos com mais de 1.500 profissionais.
Estudantes organizam protesto
O anúncio do corte causou alvoroço, sobretudo entre acadêmicos de universidades de todo o país, inclusive no Acre. Por isso, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) de diversas instituições organizam uma paralisação no próximo dia 15 de maio.
Em Rio Branco, representantes do DCE irão se reunir com estudantes, atléticas, centros acadêmicos e colegiados de curso na próxima quarta-feira, 8, para discutir a participação da Ufac no movimento nacional.
“São desastrosos os resultados dos cortes e nossas armas de combate é resistência. O momento é de união e de luta contra o governo que tem como pauta principal, o desmonte da educação”, disse o presidente do DCE no campus de Rio Branco, Richard Brilhante.