Após determinar a retirada dos radares fixos em todo o País das rodovias federais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) articula conversa com o ministro da Justiça, Sergio Moro, para extinguir o uso de radares móveis pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em todo território nacional.
“Estou agora conversando com o [ministro da Justiça] Sergio Moro, que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) está a comando dele. Nós queremos acabar com os radares móveis, que é uma armadilha para pegar os motoristas”, disse o presidente na última quinta-feira, 23, em visita ao Paraná.
No Acre, a PRF informou, por meio de sua assessoria que não estava autorizada a falar sobre o assunto. Mas, repassou o contato do chefe da comunicação da PRF em Brasília. Tentamos contato com ele, mas não obtivemos respostas até o encerramento dessa reportagem.
Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF) comentou as declarações de Bolsonaro. Disse que vê com “preocupação” a fala do presidente da República. E pondera que os equipamentos ajudam a salvar vidas.
“A utilização de tecnologias na fiscalização é fundamental para a redução do alto número de acidentes e mortes no trânsito”, diz trecho da nota assinada pelo vice-presidente da FENAPRF, Dovercino Neto.
Uma das funções dos radares móveis é coibir o excesso de velocidade nas estradas e assim evitar acidentes e mortes nas estradas de todo o Brasil. A medida, populista, se acatada por Sergio Moro, coloca em risco a segurança dos motoristas e retira da PRF um equipamento poderoso de fiscalização, diz o representante dos policiais rodoviários federais.
“Não podemos ir na contramão, sobretudo quando o Brasil ainda tem números tão alarmantes de mortes no trânsito, muitas das quais que decorrem do abuso da velocidade. A fiscalização pode e deve ser aprimorada. Mão temos como concordar com a eliminação deste tipo de fiscalização”, salienta Neto.
Seguindo a mesma linha bolsonarista, no Acre, o governador Gladson Cameli (PP) mandou desligar todos os radares no domínio do Estado. Só neste mês de maio foram já foram registradas três mortes violenta no trânsito no Estado. A sensação da falta de fiscalização eletrônica, dá aos motoristas a ideia de “liberdade” para pisar fundo.