Indígenas do povo Huni Kuin realizaram na quarta-feira, 22, um protesto pelas ruas centrais de Rio Branco. Lideranças dos municípios de Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo, Jordão, Feijó e Tarauacá participaram do manifesto e de assembleia estadual.
Além das atuais políticas do Governo Federal, os indígenas protestaram contra a extinção da Assessoria Especial para Povos Indígenas pelo Governo do Estado. Com a nova reforma, foi criado um departamento que deve ficar na Secretaria de Assistência Social.
“Tivemos a informação de que foi criado um departamento, mas um departamento não atende nossa necessidade. Nós queremos políticas públicas efetivas e ações afirmativas. Hoje, estamos aqui para que as instâncias públicas possam compreender as necessidades dos povos indígenas”, disse o presidente da Federação do Povo Huni Kuin do Acre, Ninawá Huni Kuin.
Os indígenas cobraram políticas públicas, inclusive sugeriram a criação da universidade Huni Kuin. “Estamos propondo ao governo do Estado um modelo de educação específica para o nosso povo”.
Atualmente, mais de 15 mil Huni Kuin estão espalhados por mais de 100 aldeias no Acre.
Ameaças do Governo Federal
Desde quando assumiu a presidência da República, Jair Bolsonaro tem ameaçado os direitos dos indígenas e sua cultura, com a expansão agropecuária, aumento do desmatamento, entre outros.
Exemplo disto, é a Medida Provisória que transfere a competência sobre demarcação e licenciamento ambiental nas terras indígenas (Tis) da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse foi um dos primeiros atos administrativos do novo governo.
“Queremos discutir políticas públicas, discutir o respeito com a nossa organização comunitária como, por exemplo, o respeito ao território do nosso povo”, enfatizou Ninawá.