O governador Gladson Cameli (PP), durante participação no programa Café com Notícias, na TV 5, ontem, 29, reforçou a existência de um cartel dentro da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).
Segundo Cameli, existe estrutura, porém, o impasse está na falta de vontade de determinadas pessoas em ajudar no fortalecimento da área. Ele frisou ainda que tanto os órgãos fiscalizadores quanto as polícias no Acre têm conhecimento da existência desse cartel, porém, se mantêm inertes. “O mesmo dinheiro que vai para a Educação, vai para a Saúde. Por que na Educação as coisas andam e na Saúde não? (…) Não é falta de dinheiro, é falta de gestão, falta de vontade, é um cartel mesmo. As nossas polícias sabem, os órgãos de fiscalização sabem e não fazem nada”, declarou.
Cameli frisa que devido esse cartel, o secretário de Saúde do Estado tem tido dificuldade em “fazer as coisas andarem”. “Já escutei até de empresários que não participam das licitações, que têm medo de entrar para a saúde por conta disso. Esse impasse tem gerado problemas na qualidade dos serviços oferecidos aos acreanos. Não vou esperar meu último mês de mandato. Essa responsabilidade é minha, e vou tomar medidas que precisam ser tomadas”, disse ao afirmar ainda que já solicitou uma investigação.
Aleac
As afirmações de Cameli repercutiram na sessão de ontem, 29, na Assembleia Legislativa. O deputado Jenilson Leite (PCdoB) pediu ao governador que apresente provas acerca da existência do cartel na Saúde. “Se existe cartel na saúde, desmonte, trabalhe e faça a saúde melhorar no Estado. O deputado Daniel Zen mostrou, com números, que há como investir com o dinheiro que o senhor disse que não há em conta, mas há. Faça isso”, disse.
O parlamentar defende que os funcionários que não estão contribuindo com o bom funcionamento do setor sejam exonerados. “Tem que tirar quem não faz nada e quem atrapalha o trabalho que é desempenhado”, explicou.