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Professores e estudantes da Ufac dizem “não” à política de cortes nas universidades

Com o anúncio de cortes de recursos para as universidades públicas, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Acre (DCE/Ufac) deliberou a participação no movimento de paralisação que deve acontecer em todo o Brasil no próximo dia 15 de maio.

A ideia é chamar a atenção do governo para que não prossiga com o corte de recursos na Educação, sobretudo, das universidades públicas que dependem dos repasses para o fomento ao ensino, pesquisa e extensão. Na noite da última quarta-feira, no Coliseu da Ufac, estudantes e professores decidiram pela paralisação.

O presidente do DCE/Ufac, Richard Brilhante, demonstrou preocupação com o desmonte promovido pelo Governo Federal, através do Ministério da Educação (MEC). Brilhante disse que a parte de custeio pode ser afetada com a medida. Isso implica em não funcionamento de setores vitais como: limpeza dos espaços, fornecimento de água potável aos estudantes, luz, ou seja, o essencial para a manutenção da universidade em todo o Estado.

“Vemos isso com muita preocupação, porque estamos falando daquilo que mantém a universidade aberta, que é a energia, água, segurança, limpeza. Por mais que hoje seja um decreto lei, por exemplo o recurso de assistência estudantil, que é o que garante o pagamento de bolsas e auxílios, que foi reduzido. A gente não tem a garantia se os funcionários terceirizados vão ser pagos paras fazer a comida no RU. Se vai ter gente limpando sala de aula, banheiros. Então é uma situação muito delicada nesse sentido. A falta do recurso de custeio realmente compromete o funcionamento da universidade”, destaca Richard Brilhante.

Ele acrescenta que a parte de ensino também vem sofrendo redução de repasse. Brilhante cita que houveram cortes nas bolsas de pós-graduação e isso inclui os mestrados e doutorados oferecidos pela instituição de ensino.

“As bolsas do Pibic e do Pibid também sofreram cortes. Eles tiraram as bolsas que seriam ofertadas pela universidade através de edital, recolheram como contenção de despesas. A universidade vem sendo realmente desmontada”, denuncia.

Ufac inicia campanha contra desmonte do governo

Com o objetivo de despertar na sociedade a importância da universidade pública para a Educação, a Universidade Federal do Acre (Ufac) resolveu ousar e tem realizado uma campanha publicitária lançando os ex-estudantes que foram graduados pela instituição nas mais diversas áreas do conhecimento.

Um dos personagens da campanha é o procurador de Justiça do Ministério Público Sammy Barbosa. Em um audiovisual de pouco mais que um minuto, ele relembra a trajetória pobre na periferia de Rio Branco e como a Universidade Federal do Acre oportunizou a ele a chance de mudar sua condição social por meio da educação pública e gratuita.

“Só foi possível eu concluir um curso superior porque havia disponível uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Eu fui o primeiro da minha família a fazer um curso superior, numa época em que tudo era mais difícil”, lembra o procurador.

Sammyr Barbosa ressalta que muitos amigos de infância, por falta de oportunidade, perderam-se na vida, buscando outros caminhos que não a Educação. “Muito deles estavam presos, alguns condenados a longas penas, por envolvimento em crimes”.

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