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Policial do Bope que matou mulher em acidente é réu na morte de criança em operação

O policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no Acre, Alan Martins, envolvido no acidente que matou Silvinha Pereira da Silva, de 38 anos, é um dos cinco réus no caso da menina Maria Cauane da Silva, de 11 anos, morta durante operação da polícia no ano passado.

O G1 teve acesso a informações do processo em que a Justiça determinou que o policial cumpra medida cautelar pela morte da criança.

Sobre o processo da morte da menina, o advogado de Martins, Wellington Silva, afirmou que não pode comentar o caso, porque está em segredo de Justiça.

A princípio, a PM-AC negou que o policial era do Bope e informou que ele era aluno sargento da PM. Porém, o advogado confirmou que Martins é agente do Batalhão de Operações Especiais e que está em formação para sargento.

O policial se apresentou na delegacia da 4ª Regional da Polícia Civil, na segunda-feira, 20, após o acidente, segundo o advogado.

“Fizemos a apresentação espontânea dele perante a autoridade policial. Nos colocamos à disposição para esclarecer qualquer coisa relativa ao acidente, inclusive, ele fez exame de corpo delito”, disse o advogado.

O delegado responsável pelo caso, Fabrizzio Sobreira, disse que o inquérito foi instaurado na segunda e que na terça, 21, três testemunhas já tinham sido ouvidas. Segundo ele, o motorista do veículo só deve ser ouvido posteriormente.

“Formalizamos as investigações para entender, exatamente, quais as circunstâncias daquele evento, o que motivou, o que aconteceu e o que está por trás do acidente. A PM presentou o policial só que, neste momento, ele não vai ser ouvido. Até porque, agora a gente vai juntar todos os elementos de provas para poder entender o que aconteceu e na frente ouvi-lo de forma bastante pontual”, destacou Sobreira.

Morte da criança

Cauane morreu em maio do ano passado, após ser atingida por um disparo de fuzil usado pela Polícia Militar do Acre (MP-AC) em uma ação policial no bairro Preventório, em Rio Branco.

Além de Cauane, foram mortas mais duas pessoas durante um tiroteio entre facções rivais e a polícia. Na época, o Bope informou que o tiroteio começou após os policiais fazerem uma operação na área.

Conforme o processo, um laudo balístico apontou que o tiro que matou a menina partiu da arma usada por Martins. O Ministério Público do Acre (MP-AC) pediu a prisão preventiva dos réus, mas o juiz indeferiu o pedido e fixou as medidas cautelares.

Entre as medidas estavam suspensão do porte de arma fora do serviço, ir para atividade administrativa da polícia, comparecimento mensal em juízo e não sair da comarca sem autorização judicial.

Um ano após a morte da menina, familiares e amigos fizeram um ato em frente ao Comando Geral da PM para pedir a prisão dos responsáveis. Durante o ato, os familiares usaram cartazes e, em alguns momentos, gritavam pedindo por justiça.

 

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