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Acreanas que degolaram filho no DF tentaram assar corpo da criança em churrasqueira

O assassinato do pequeno acreano Rhuan Maycon da Silva Castro, 9 anos, chocou o Brasil. O crime bárbaro foi cometido pela própria mãe da vítima, Rosana Auri da Silva Candido, 27 anos, e sua companheira, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, 28 anos, conforme relatos e as confissões de ambas feitas à polícia. O homicídio ocorreu na noite da última sexta-feira, 31 de maio, na cidade planejada de Samambaia Norte, a 30 km de Brasília/DF.

As companheiras teriam matado o garoto de noite, por volta das 21h. O pequeno Rhuan dormia tranquilamente quando foi subitamente despertado com a primeira facada no peito, supostamente desferida pela mãe. Logo em seguida, Kacyla encharcou um pano com acetona e teria sufocado o nariz e a boca do garoto para que ele desmaiasse. Na sequência, a mãe aplicou mais três golpes de faca nas costas, suficientes para matar o pequeno Rhuan Maycon.

Sem saber o que fazer com o corpo, as duas o degolaram, e ainda tentaram assar parte de seu corpo em uma churrasqueira no local onde viviam, mas o odor da carne humana queimada foi muito forte, e eles não aguentaram. Então, começaram a esquartejar e colocar partes do corpo de Rhuan em malas e mochilas.

Os planos de ocultar o crime de Rosana e Kacyla começaram a ser frustrados quando elas passaram por um campo de futebol perto de onde moravam. Pessoas desconfiaram das duas, nervosas, e chamaram a polícia. As companheiras deixaram as mochilas com os restos mortais do filho na via pública da QR 425, em frente à creche Azulão, e levaram outra parte para casa, no lote na QR 619.

Na manhã do dia seguinte, a polícia foi à casa das suspeitas, encontrou partes do corpo e indícios do crime. As duas foram presas sem oferecer resistência, nem negativas para o crime.

A motivação para o homicídio é absurdamente banal. Segundo o que teria sido alegado pelas acusadas, elas teriam cometido o assassinato porque o menino fazia Rosana recordar o pai dela, avó do pequeno Rhuan, devido à semelhança física entre eles. Rosana teria justificado que o pai a maltratara no passado, por isso, o filho tão parecido despertava ódio nela.

Rosana e Kacyla teriam chegado a afirmar que o crime tinha que ser cometido, que não lhes restava outra opção, uma vez que queriam ter um novo recomeça na vida, juntas, e a criança era vista como um obstáculo para isso.

Em depoimento, Rosana e Kacyla teriam dito não ter arrependimentos do que fizeram, e que o crime teria sido todo premeditado. Elas até chegaram a cogitar matar o filho de outra forma, envenenado. Contudo, mudaram de ideia, e o executaram com o esfaqueamento.

Menina de 8 anos presenciou o crime – Outro agravante que torna a morte do pequeno Rhuan Maycon um crime ainda mais macabro é que ele teria sido presenciado por outra criança. A filha de Kacyla, uma menina de apenas 8 anos, acordou com barulhos feitos pela vítima ao ser esfaqueada. A menina ficou sem reação, e teve que assistir em silêncio o homicídio.

Quando Rosana e Kacyla foram presas pela polícia, na manhã do dia seguinte, a menina de 8 anos prestou depoimento com detalhes que ajudaram a polícia ligar os pontos da dinâmica e de como foi a ação precisamente das duas suspeitas para levar a óbito o pequeno Rhuan.

A polícia do Distrito Federal acredita que a menina iria ser morta também, caso as acusadas tivessem conseguido ocultar o cadáver e tornar o crime impune por mais tempo. Ela e Rhuan Maycon não iam para aula há mais de 2 anos, desde que suas mães decidiram se engajar em uma vida itinerante de crimes pelo Brasil afora. A criança sobrevivente foi encaminhada para um abrigo, onde ficará sob proteção e receberá a devida assistência de equipe multidisciplinar.

Sequestro do Acre – Rhuan Maycon nasceu no Acre, em 20 de maio de 2010, mas foi levado pela mãe, Rosana, e pela companheira, Kacyla, quando tinha 5 anos de idade, em 2014. Rosana teve ajuda durante a gestação e o menino ainda chegou a ser criado na casa dos avós paternos, que o amavam muito. No entanto, a mãe e a companheira decidiram se mudar abruptamente, levando a criança sem o consentimento dos familiares ou do pai.

Os avós paternos tentaram encontrar o neto, mas Rosana e Kacyla passaram por várias cidades se escondendo com o pequeno Rhuan Maycon. Chegaram até a viajar para Anapólis/GO e acionaram o Conselho Tutelar da cidade ao tomar conhecimento que as duas estariam lá com a criança, após terem praticado crimes na região. No entanto, quando a polícia foi fazer buscas no suposto paradeiro, elas já haviam deixado a cidade, fugindo com Rhuan para Palmas/TO.

Rhuan Maicon tinha quatro anos quando saiu do Acre com a mãe, segundo avô — Foto Arquivo da família
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