A Polícia já começou a ouvir as testemunhas do acidente em um barco que explodiu no Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, na última sexta-feira, 7. Após o acidente, duas pessoas morreram.
O delegado que cuida do caso, Lindomar Ventura, disse que os depoimentos dos sobreviventes foram esclarecedores para entender as circunstâncias do acidente. Dois deles foram ouvidos ainda na enfermaria do hospital.
As testemunhas contaram que havia cinco vasilhas, cada uma com mil litros de gasolina na embarcação. A última vasilha, que tinha sido abastecida pelo carro-pipa, ainda não tinha sido lacrada quando um dos tripulantes tentou funcionar o motor do barco.
Segundo a polícia, um dos sobreviventes chegou a ver fagulhas nos cabos da bateria quando o funcionário tentou fazer o motor do barco funcionar.
“Com esses levantamentos já foi possível saber o que aconteceu no momento da explosão. Tudo indica que foi no sistema de partida do motor. Naquele momento, tinham feito o carregamento de quatro caixas e estavam concluindo o da última caixa de gasolina. A caixa ainda estava aberta, provavelmente, havia muito vapor e uma fagulha do sistema de partida do motor pode ter causado a explosão”, afirmou o delegado Lindomar Ventura.
A polícia ainda não sabe se existiam outras pessoas no barco, além das 18 vítimas que foram encaminhadas ao pronto-socorro, mas tenta localizar uma mulher que teria desistido de embarcar com medo de viajar em um barco cheio de recipientes com gasolina.
O delegado disse ainda que os sobreviventes chegaram a relatar que muitos passageiros ficaram preocupados em fazer o percurso com a carga de combustível no barco.
“Já sabemos também que houve essa preocupação por conta de uma carga perigosa como aquela e isso foi levado ao conhecimento do dono da embarcação, mas nenhuma providência foi tomada”, revelou Ventura.
De acordo com a polícia, o proprietário do caminhão que abastecia o barco já foi identificado e será intimado para prestar depoimento. Além dele, mais seis pessoas ainda serão interrogadas. De acordo com o delegado, o inquérito deve ser concluído em um prazo de 30 dias. (Mazinho Rogério, Do G1/AC)