Se na terça-feira, 18, o clima esquentou na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) por falta de energia, ontem, 19, o motivo foi outro. O debate entre membros da base do governo elevou a temperatura. O ex-líder do governo, deputado Gehlen Diniz (PP), discordou que haja fragmentação na sustentação de Gladson Cameli. Enquanto que o atual líder não escondeu o descontentamento com a Casa Azulada.
O debate encabeçado por Gehlen Diniz foi uma defesa sem a capa da liderança e os questionamentos direcionados principalmente às declarações do líder, Luís Tchê, que defende a necessidade de se cortar algumas arestas nessa construção governo – parlamento.
“Qualquer projeto de lei que vir para Assembleia hoje é aprovado ou seria desde o dia 1º de fevereiro. Há insatisfação? Sim, eu mesmo vim na tribuna reclamar do governo. Fui surpreendido com as notícias que a base do governo está fragmentada. Será que eu não sou mais da base? Eu não sabia disso”, disse Gehlen Diniz.
Já o deputado Luís Tchê (PDT) comentou que não há uma relação de reciprocidade entre Casa Civil e Aleac. Ele pontua que fica sabendo das agendas de Gladson Cameli bem depois ou não tem conhecimento daquilo que está sendo feito pelo governo. Ele ressalta que isso prejudica a sua defesa na Aleac, o que faz com que a oposição ‘deite e role’ na tribuna da Aleac.
“Eu não sou bombeiro para apagar incêndio. Eu preciso saber de todas as ações do governo. O que está sendo visto, onde estão sendo investidos recursos. Eu não tenho essa interlocução”, disse o líder do governo.
Outro desapontamento de Tchê com Gladson Cameli é a demissão de indicações políticas feitas por deputados da base. Ele destacou que tem recebido reclamações de parlamentares nesse sentido. O parlamentar destacou que as demissões não se justificam, isso porque esses comissionados estavam trabalhando nos setores onde foram lotados.
Nesta quinta-feira, 20, o governador Gladson Cameli (PP) se reúne com Luís Tchê para afinar o discurso e retomar o trabalho de base feito junto aos parlamentares estaduais.
Vizinho ao recesso parlamentar no próximo mês, o governo terá que ter jogo de cintura para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que norteia como será elaborada a Lei Orçamentária Anual (LOA), ou seja, com quais recursos o governo vai dispor para trabalhar em 2020.