Os jovens acreanos são os mais afetados pela crise do desemprego que assola o Estado, assim como todo o país. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contabilizados desde 2012, apontam que 35% das pessoas na faixa etária entre 18 a 24 anos no Acre estão no grupo chamado de “subutilizados”, isto é, jovens que estavam desempregados, que desistiram de procurar emprego ou que tinham disponibilidade para trabalhar por mais de 40 horas na semana.
Dentre este público em “subutilização” e dos desocupados, cerca de 41% representam o percentual de jovens desempregados no Estado. As estatísticas são referentes à conjuntura acreana no primeiro trimestre deste ano.
A nível nacional, a realidade do Acre destoa um pouco da média brasileira. No país inteiro, a taxa de desemprego deste grupo entre 18 a 24 anos é de 27,3%, ou seja, cerca de 7,33 milhões de jovens estavam sendo “subutilizados” até março deste ano.
A subutilização de brasileiros de 18 a 24 anos se agravou devidos às crises econômica e política que o Brasil atravessa nesta década. Os jovens são os mais vulneráveis a esta fase adversa por conta da escassez de vagas, a exigência de qualificações cada vez maiores no mercado de trabalho e pela falta de experiências profissionais.
O cenário é preocupante, especialmente porque se manter números semelhantes, neste ritmo, pode comprometer o sistema previdenciário. São menos jovens conseguindo ingressar no mercado, ou seja, as contribuições tendem a se tornar mais tardias. A consequência disso é desequilíbrios nas contas do INSS e respectivo aumento no rombo previdenciário, que já está em vias de passar por uma reforma com um eventual aumento de idade para a aposentadoria.
Outro agravante negativo para o mercado de trabalho são os jovens buscando cada vez mais relações de trabalho, em vez de relações de emprego ou de investir nos estudos para cursar o nível superior. A subutilização também favorece o subemprego para quem é qualificado, além de gerar sobrecargas para o trabalhador fora desta faixa etária.
Estes fatores negativos podem persistir mesmo em um cenário em que o Acre ou outros estados brasileiros consigam contornar os momentos de recessão econômica.