JOSÉ PINHEIRO
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta Rio Branco como a Capital com maior crescimento da inflação no mês de maio. O índice ficou em 0,67%. Atrás de Rio Branco, vem Goiânia com 0,48% e Campo Grande 0,42%. Brasília e Rio de Janeiro tiveram os menores índices inflacionários para o mês anterior, -0,05%.
Para o professor doutor, do Curso de Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac), Carlos Alberto Franco da Costa, o que pode ter influenciado no aumento dos preços dos produtos em Rio Branco em maio passado foi o preço dos combustíveis e da energia elétrica. Ele explicou que esses dois fatores associados ajudaram a criar um cenário de crise, e o empresário acaba repassando esse ajuste nos preços final dos produtos nas prateleiras, por exemplo.
“Estes dois itens criam um efeito cascata. Eles são repassados para os custos das empresas. Também geram um efeito psicológico de pressão nos preços. O empresário pensa em se proteger e, automaticamente, repassa estes aumentos aos seus produtos.
Franco acrescenta que a alta do dólar no último mês e a baixa oferta do feijão no mercado fez com que elevasse o preço do produto no Acre nos supermercados e na questão do dólar, produtos importados, como bebidas, por exemplo sofreram elevação.
De acordo com o assessor da presidência da Fecomércio/AC, Egídio Garó, o setor de alimentos impulsionou a inflação em Rio Branco no mês anterior a junho deste ano. “É o reajuste de alguns itens de consumo (alimentos) que ocorrem todo o início de ano, como o aumento dos preços do tomate, batatas e feijão. No agregado, os combustíveis também interferiram”, frisa.
Já o professor doutor, Carlos Estevão Ferreira Castelo, também do Curso de Economia da Ufac, disse que é necessário olhar os dados com mais aprofundamento para entender em que pontos se justificar o aumento na inflação em Rio Branco, diferente de outras capitais em que houve uma retração dos preços devido à crise.
“Teria que verificar onde esse aumento aconteceu. Que setor específico apresentou aumento de preços, ou contribuiu para essa elevação. No resto do Brasil a tendência é de queda no nível geral de preços, simplesmente devido à crise generalizada… as pessoas não estão consumindo. Mas no Acre, os preços estão aumentando. Teria que verificar o que provocou isto para fazer alguma afirmação”, destacou.