O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira que o governo tinha problemas na articulação política, mas fez questão de dizer que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está fortalecido.
“Não há previsão de mudar mais ninguém, tínhamos problemas na articulação política em parte sim”, disse, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
Nesta semana, o governo editou uma nova medida provisória na qual transferiu a articulação política da Casa Civil para a Secretaria de Governo.
Bolsonaro disse que o general Luiz Eduardo Ramos, que está assumindo a Secretaria de Governo no lugar do general Carlos Alberto Santos Cruz, “é uma pessoa perfeitamente qualificada em ter um melhor relacionamento com o Parlamento brasileiro”.
O presidente disse que o general Ramos, que é seu amigo desde 1973, teve uma passagem em assessoria parlamentar por dois anos e vasta experiência em outras áreas.
Bolsonaro disse que há três ministérios no Planalto — Secretaria de Governo, Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência — que são “fusíveis”. “Para evitar queimar o presidente, eles se queimam”, avaliou.
Para o presidente, a função que Onyx Lorenzoni vinha desempenhando é a “mais complicada”. Ele disse que foi decidido passar a articulação política para a Secretaria de Governo e repassar o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) para a Casa Civil.
“Ele está fortalecido no meu entender, aqui não tem ministro fraco ou forte, todo mundo tem que jogar junto nesse time”, disse.
O presidente disse que o Onyx continuará o seu trabalho e afirmou que, em grande parte, vai retornar a estrutura de governo anterior.
O presidente disse que não levará adiante a proposta feita há meses de criação de um Conselho de Articulação Política, que teria a participação de dirigentes partidários e poderia ajudar na construção de uma base aliada no Congresso.
“Natimorto, não deu certo e vimos que depois do anúncio não ia dar certo e ia apenas burocratizar”, disse.