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MPF diz que há inconstitucionalidades nos novos decretos de Bolsonaro sobre armas

MPF diz que há inconstitucionalidades nos novos decretos de Bolsonaro sobre armas

Dois órgãos do Ministério Público Federal (MPF), a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e a Câmara Sobre Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional, afirmaram em uma nota técnica que os novos decretos do presidente Jair Bolsonaro sobre armas apresentam pontos que contrariam a lei.

Bolsonaro assinou três decretos nesta semana com regras sobre compra e posse de armas. Os textos mantêm regras de outros decretos assinados anteriormente pelo presidente, mas que ele revogou diante da suspensão dos textos pelo Senado.

Entre as regras estão a permissão para adolescentes com idade entre 14 e 18 anos fazerem aula de tiro com a autorização de um dos responsáveis e a ampliação da potência das armas que poderiam ser adquiridas pelo cidadão comum, o que permitiria a aquisição de fuzis, por exemplo.

“Decretos editados nesta semana pelo governo federal para tratar da aquisição e do porte de armas de fogo no Brasil não superam os vícios das normativas anteriores e seguem marcados por ilegalidades e inconstitucionalidades”, afirmaram os órgãos do MPF.

O MPF e a PFDC afirmam que encaminharam uma nota técnica ao Congresso Nacional nesta sexta, 28, reforçando que os decretos ferem o Estatuto do Desarmamento e que alguns comandos são contraditórios. “A situação aproxima-se de um caos normativo e de uma grande insegurança jurídica”, afirmaram os órgãos.

Apontaram ainda que os decretos assinados atentam contra “os princípios da legalidade e da separação dos poderes”. Além disso, os dois órgãos do MPF dizem que a substituição dos três novos atos impediu que os Poderes Judiciário e Legislativo concluíssem o processo que suspenderia o primeiro decreto assinado pelo presidente.

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