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Polícia investiga se mãe que esquartejou menino no DF cometeu crimes no Acre

A Polícia Civil do Acre investiga se a mãe do pequeno Rhuan Maicon, de 9 anos, encontrado morto na madrugada de sábado, 1º, em Samambaia, no Distrito Federal, cometeu algum crime contra ele enquanto viveram no estado.

O corpo de Rhuan foi achado esquartejado dentro de uma mala na quadra QR 425 em Samambaia. A suspeita é de que a mãe do menino, Rosana Auri da Silva Cândido, de 27 anos, tenha cometido o crime com a ajuda da companheira dela, Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa, 28. As duas estavam em casa quando a polícia chegou e foram presas.

O delegado Cleylton Videira informou que já foram ouvidos o pai e o avô paterno da vítima e que familiares, tanto paternos como maternos da criança, ainda devem prestar depoimento. Além disso, Videira afirmou que a denúncia de que a família do menino não conseguiu registrar boletim de ocorrência sobre o sequestro vai ser investigada pela corregedoria da polícia.

“Assim que nós tomamos conhecimento desse crime, iniciamos uma investigação para determinar se, durante o período em que as autoras estiveram morando em Rio Branco, na companhia da criança, houve o cometimento de algum ilícito contra a vítima. Até então, o pai e avô paterno, informaram que não têm conhecimento sobre isso. Também vamos apurar as circunstâncias com que essas crianças foram retiradas do estado”, disse o delegado.

Velório está marcado para esta quarta

O corpo de Rhuan Maycon, 9 anos, assassinado e esquartejado pela mãe, chega a Rio Branco (AC) na madrugada de quarta-feira, 5/6, por volta das 1h15. O velório do garoto está marcada para essa quarta-feira, dia 6. Sem ter como custear o translado, o pai de Rhuan, conseguiu ajuda para pagar o serviço. O governo e a Defensoria Pública do Acre custearam o transporte do corpo. A criança será velada e enterrada no Cemitério Morada da Paz.

Ocorrência de agressão contra pai

O delegado contou que antes das mulheres deixarem a cidade de Rio Branco com as duas crianças, foi registrado um boletim de ocorrência contra o pai de Rhuan. Segundo ele, na época, a polícia iniciou uma investigação a respeito.

“A partir daquele momento, o pai da criança passou a ser investigado pela polícia, como possível agressor da autora do homicídio. Nesse intervalo de tempo, elas conseguiram fugir do estado do Acre”, afirmou o delegado.

O trabalho de investigação, de acordo com Videira, vai ser feito em conjunto com as polícias civis de outros estados.

“Vamos estar buscando essas informações nas polícias que estiverem com procedimento em aberto e também vamos repassar o que for apurado aqui para eles [polícia do DF] que possam subsidiar as investigações deles. O objetivo é determinar o grau de participação de cada uma delas no cometimento do crime contra a criança”, destacou Videira.

O pai da outra criança que vivia com as mulheres também deve prestar depoimento pela Polícia Civil do Acre. O servidor público Rodrigo Oliveira, de 29 anos, chegou a Brasília, no domingo, 2, para buscar a filha, sequestrada pela mãe Kacyla, em dezembro de 2014.

“Tão logo ele chegue ao estado [Acre], vamos fazer o chamamento dele para que seja ouvido, para saber se a outra criança também foi vítima de algum crime, além da possibilidade do crime de subtração de incapaz”, disse.

Pai do menino Rhuan, morto pela mãe, disse que sonhou com criança morta antes do crime.

Sonho três dias antes da morte do filho

A família do pequeno Rhuan ainda não consegue entender tanta crueldade. O pai dele, Maycon Douglas de Castro, disse que três dias antes do crime, teve um sonho. “Sonhei três dias antes e meu pai também sonhou com uma criancinha morrendo. Então, meu sonho não foi um sonho”.

Sobre o relacionamento com a mãe de Rhuan, Castro afirmou que durou pouco tempo. Segundo ele, a ex-companheira mudou muito depois de começar uma outra relação.

“Foi um relacionamento de mais ou menos um ano. A gente se separou quando ela estava perto de ganhar neném e ela ficou aqui na minha casa com meus pais, que acolheram ela e meu filho. Para não ficar em uma situação ruim, eu preferi sair de casa. Ela conheceu a Kacyla e foi quando começou a mudar, começou a ser ignorante com meus pais, uma pessoa totalmente rebelde”, afirmou.

Melhorar banco de dados de desaparecidos

O juiz de direito Romário Divino Faria, que foi responsável pela 2º Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Rio Branco no período do processo de pedido de guarda do menino Rhuan, falou da necessidade de melhorar o banco de dados nacional de crianças desaparecidas para garantir uma mobilização mais eficiente e evitar casos como o de Rhuan.

“São muitos casos, porque há milhares de crianças no país que podem estar em situação de risco e precisa funcionar adequadamente esse banco de dados. São políticas nacionais de proteção à criança, porque, como são medidas nacionais, há necessidade de que órgãos do governo federal instituam um banco de dados seguro que possa ser consultado pelas autoridades policiais, conselhos tutelares e diversas autoridades no país a fora, quando há uma situação dessa”, afirmou Faria.

Atualmente, o juiz está na Comarca de Senador Guiomar, interior do Acre. Ele lamentou o crime e disse que todas as medidas judiciais na época foram tomadas no caso.

“A mãe sempre estava fugindo de local, as crianças não eram matriculadas em escolas e dificultou muito essa ação judicial para localizar, buscar e apreender a criança e dar a efetiva proteção da criança na época”, afirmou o juiz.

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