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ARTIGO: Sem emprego, sem saída

O Brasil navega em um mar de desempregados. As taxas de desemprego são assustadoras.

E não se vê perspectivas de reversão – pelo menos em curto prazo – deste quadro, que deixa milhares de famílias em situação humilhante, deprimente, vivendo em situação desumana.

O país vive a mais de quatro anos com escala ascendente de jovens e chefes de família que não têm sequer esperança, até já desistiram da busca por um posto de trabalho. Os governos, em todos os níveis, precisam entender que tem que haver políticas de investimentos, notadamente em infraestrutura e na construção civil, por parte do poder público para gerar empregos e fazer girar a economia.

É sempre bom lembrar o exemplo de gestão da China, que teve o início de seu processo de retomada do crescimento econômico baseado em investimentos maciços em infraestrutura e construção civil, priorizando a geração de emprego e renda a um substancial número de trabalhadores. Aqueles empregos geraram uma imensa massa salarial.

Esses fatores – trabalho, emprego e renda – foram a receita para fazer girar a indústria, o comércio, a agricultura e os serviços, propiciando crescimento colossal da China, hoje a segunda maior potência econômica mundial.

O momento brasileiro, a persistir o aumento do número de desempregados, nos faz temer que cheguemos ao caos, à convulsão social de consequências inimagináveis.

Sim, pois, quando as pessoas não têm recursos suficientes para sua subsistência, para manter sua família, os custos recaem sobre o poder público: os cidadãos adoecem mais, por falta de nutrição necessária ou por efeitos psicológicos; os pais já não têm como pagar escolas para seus filhos, já não têm mais lazer e bem estar, a marginalidade tende a crescer! O desemprego tira a dignidade do cidadão.

É injusto o País em que um cidadã ou cidadã chega em casa, vê o filho com fome e não tem recursos para alimentá-lo.

Reconhecemos que a iniciativa privada exerce papel importante, estratégico na geração de empregos. Mas, sem políticas governamentais claras, sérias, eficientes, e voltadas para a justiça social, a tensão em que vivemos só tenderá a se agravar, lamentavelmente.

Ainda que o Brasil tenha tantas faces distintas, características de uma república de tamanho continental, isso se aplica a todos os entes federativos. É urgente, não há tempo para esperar mais. O brasileiro tem pressa!

 

(*) Leandro Domingos é presidente da Fecomércio/AC.

A Gazeta do Acre: