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Recursos públicos, um bem de todos

O governador Gladson Cameli (Progressistas) acerta ao analisar o cancelamento da contratação de uma aeronave para prestar serviços ao Gabinete dele. Não se pode brincar com dinheiro público, principalmente em tempo de vacas magras, em que o gasto poderia superar os R$ 5 milhões por ano.

Para se ir à Brasília se tem os voos convencionais e mais, tudo pago pelo erário público e em conta. Em um Estado pobre em que se falta remédios nos hospitais, leitos, economizar é preciso. Também é preciso ser exemplo para a sociedade, para as pessoas que acreditaram em mudanças. A medida poderia ser de boa-fé, mas fora da razão.

Nesse episódio, o vereador Emerson Jarude (Sem Partido) e o deputado estadual Roberto Duarte (MDB) foram decisivos para mobilizar a opinião pública contra a medida vinda do Palácio Rio Branco. Jarude foi além, levou o caso para a Justiça para que suspendesse a licitação. O povo busca parlamentares destemidos, que lute por seus direitos, afinal, essa é a função daqueles eleitos pelo voto popular.

Também não parece razoável a informação que conselheiros do TCE recebem acima do teto constitucional. Penduricalhos já foram proibidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Uma análise da consciência de quem é pago pelo dinheiro público se faz necessário. Sob o mantra “direito ninguém abre mão”, a economicidade não é praticada nas instituições e poderes constituídos.

Falam-se tanto em déficit da Previdência, mas será se coibissem o mau uso dos recursos públicos, será que não sobraria dinheiro? Será que é preciso penalizar o trabalhador para manter a Previdência sanada? São indagações…

São 200 dias de governo Gladson aqui, e Bolsonaro em Brasília. Mas, parece que ambos não conseguiram construir agendas positivas de impacto. Nota-se nos empresários, a apreensão. Nota-se o medo de que empresas de outros Estados apenas passem aqui, ganhe as licitações (nada de ilegal nisso), mas o dinheiro que poderia ficar aqui vai gerar emprego em outro Estado. Ouve-se muito isso do empresariado, essa abertura exacerbada do Acre para outros, que não os nossos.

Talvez, o que falte aqui é mais união. União dos secretários com as diretrizes do governo. O sentimento que se tem é que o governo sofre com aquilo que o próprio governador Gladson Cameli falou: o ego das pessoas. As ações acontecem, mas parecem que não surtem efeito. O governo não consegue tirar de si o melhor que tem dado para a execução do seu Plano de Governo. O que não chega na comunidade, nas pessoas, não se reflete positivamente.

Retomando nosso pensamento inicial. É preciso economizar, sem perder o senso que é necessário investir, sobretudo em quem faz o Acre crescer: seu povo.

José Pinheiro é jornalista graduado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e atua na imprensa acreana desde 2012.

Fabiano Azevedo: