Depois de uma série de execuções registrada na Baixada da Sobral neste fim de semana, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança, decidiu intensificar o patrulhamento na região.
No sábado, 27, duas pessoas foram assassinadas e cinco ficaram feridas em ataques ocorridos no Floresta Sul, Aeroporto Velho, Bahia Velha e Carandá. No domingo, 28, mais uma pessoa foi morta. Desta vez, a vítima foi o jovem Pedro Lucas, de 15 anos, executado com quatro tiros, no bairro João Eduardo.
Segundo o secretário de Segurança, coronel Paulo Cézar, desde o primeiro ataque, o Governo intensificou o patrulhamento na região. O número de equipes policiais diárias aumentou de dois para dez.
“É uma região de uma densidade demográfica, com muitas saídas e entradas para outros bairros”, justificou.
O coronel afirma que os ataques são motivados por disputa de território entre facções criminosas. “Percebemos que é uma guerra por um espaço de exploração do narco negócio. É uma realidade que aporta todo o país, e o Acre não tem como fugir. É um negócio para eles e nós daremos uma resposta pontual, um pouco mais agressiva no aspecto operacional, e não violento”.
De acordo com o secretário, até o momento, uma pessoa foi presa suspeita de envolvimento no ataque do último sábado. Porém, as investigações continuam.
“A situação é muito preocupante tanto é que estamos adotando uma estratégia distinta a que adotamos em outras regiões, fortalecendo ainda mais o aparato em segurança não só com relação ao policiamento ostensivo, mas também com relação a capacidade de investigação. Através dessa prisão estamos tentando alcançar os demais autores dos homicídios ocorridos no sábado”.
Intervenção federal
Diante do número de mortes e da onda de violência em Rio Branco, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/C) disse que se a situação não melhorar, vai pedir intervenção federal na Segurança Pública do Acre.
“Se o governo do Estado não resolver nos próximos dias e até o retorno dos trabalhos no Congresso, não tiver uma solução, ou pelo menos não melhorar, eu vou pedir intervenção na Segurança Pública do Acre. Não tem explicação para isso. Você poderia até dizer: ah, o Gladson em seis meses não consegue fazer milagre. É verdade, também acho que não, mas piorar não dá”.
Ex-integrante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados e atual membro da Comissão de Segurança Pública, a parlamentar também destaca a necessidade de ações de segurança mais efetivas na fronteira.
“Nada disso será resolvido senão tratar os problemas das fronteiras. Isso tudo que está acontecendo de facção no Acre é para alimentar o crime e o crime tem haver com passagem de armas e drogas”.