Ameaçados por um corte de 30% nos recursos federais, estudantes e servidores da Universidade Federal do Acre (Ufac) não descartam uma possível paralisação. A informação foi confirmada pelo presidente do DCE, Richard Brilhante.
“Estamos seguindo as atividades nacionais. Temos uma prevista para o dia 13 de agosto e nós vamos estar engajados, ainda mais se consolidar o que estamos pensando. Dia 13 pode virar só um dia de mobilização ou uma paralisação”, disse ele.
Caso se concretize o corte de orçamento no valor de R$ 15 milhões, a universidade pode parar as suas atividades em agosto, quando se inicia o segundo semestre do ano letivo. A falta de recurso atinge diretamente gastos como água, energia, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas.
Além disso, o corte também pode comprometer o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) e atividades básicas da instituição. Do total de 278 bolsas de iniciação científica, 75 foram canceladas. Também foram suspensos editais para bolsas de extensão e estágio na instituição.
Brilhante explica que os estudantes estão apreensivos com o resultado da reunião de ontem terça-feira, 16. A reitora Guida Aquino e demais reitores de universidades públicas se reúnem com representantes do Ministério da Educação (MEC), em Brasília. Os desdobramentos desta agenda devem ser anunciados em breve.
“No campo da especulação, está sendo apresentada uma proposta que diz respeito a uma cobrança de taxa na universidade, que tira a autonomia da universidade, que oficializa a contratação de terceirizados, enfim. A priori, a nossa apreensão é nesse sentido. Vamos aguardar essa apresentação de proposta do governo”.
Após a agenda de terça, o Conselho Universitário deve se reunir para decidir se haverá paralisação ou não. A data prevista para paralisação e/ou mobilização é dia 13 de agosto.
“O retorno do segundo semestre está condicionado a essa reunião e ao retorno dos recursos. Porque, pela lei de responsabilidade administrativa, a reitora não pode dar ordem de serviço de limpeza, segurança ou pagar contas de energia, se não vai ter como pagar esses contratos. Uma interrupção no segundo semestre atrasaria a vida de quase 10 mil alunos”, quantificou Brilhante.
Ufac se manifesta sobre venda de brigadeiros de maconha
Por meio da Assessoria de Imprensa, a Ufac se manifestou sobre uma denúncia de estar sendo comercializado brigadeiro de maconha nos arredores do RU. Segundo estudantes, o doce é vendido por R$ 3,00.
Em nota, a instituição afirma que o consumo de drogas é problema de Saúde Púbica e, por isso, adota ações de combate a entorpecentes no campus.
“A equipe de segurança é orientada, em situações suspeitas, a conscientizar os estudantes sobre o problema das drogas e acionar a polícia se for verificada ação de traficantes. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, em casos identificados de vício em drogas, faz acompanhamento psicossocial do aluno, com participação de psicólogos e assistentes sociais”, diz o texto.
A Ufac destaca, ainda, que desde 2018 mantém o fórum permanente Drogas: Direito, Prevenção e Cuidado em Rede; a iniciativa integra outras 49 instituições.
“O fórum é uma organização sem fins lucrativos, formada a partir da articulação de instituições públicas, privadas e da sociedade civil organizada, com a finalidade de promover debate sobre uso e abuso de álcool e outras drogas, podendo estimular a iniciativa de prevenção e cuidado, bem como produzir estudos, reflexões e recomendações”.