O médico Giovanni Bady Casseb, 40 anos, preso na 3ª fase da Operação No Pain, No Gain, na manhã de ontem, 19, em seu consultório, no bairro Bosque, reclamava há muito tempo sobre boatos a respeito de sua forma física. Algumas postagens no Instagram mostram que ele sofria com a fama de usar “bomba”. Ciente disso, o médico chegou a fazer campanha contra o uso indiscriminado de anabolizantes.
“Eu acordo diariamente 5h30 da manhã para fazer aeróbico em jejum, faço seis refeições por dia, descanso, treino pesado todo santo dia, faço aeróbico antes e depois do treino, faço suplementação e não esqueço de tomar nenhum manipulado sequer! E ainda tenho minha rotinha intensa de trabalho: Pronto Socorro, Samu, Ufac e Clínica Santa Lúcia”, declarou em uma postagem datada no dia 28 de junho de 2018.
Em outra publicação mais antiga, do dia 5 de julho de 2017, Casseb fez postagem em campanha contra uso indiscriminado de anabolizantes.
Segundo o delegado Pedro Resende, titular da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), o médico integrava uma rede criada para a comercialização de anabolizantes e tinha como sócio Wendhel Rodrigues, preso no início do mês passado, durante a segunda fase da Operação No Pain, No Gain.
O delegado falou como operavam os integrantes da rede. “O médico Giovanni Casseb consultava os pacientes normalmente e aqueles que tinham interesse em perder peso e ganhar massa muscular de forma mais rápida, ele indicava o “tratamento” à base de anabolizantes e indicava o Wendhel como fornecedor dos produtos”.
Segundo o delegado, durante a consulta, Giovanni Casseb solicitava vários exames aos pacientes. No retorno, ele receitava em papel timbrado, com sua assinatura, os remédios legalmente comercializados em farmácias e drogarias. “Em um papel sem timbre era indicado os produtos anabolizantes, além do contato de Wendhel Rodrigues, responsável pela venda dos produtos ilegais”, acrescentou.
Na casa de Casseb foram encontradas várias caixas do medicamento Amato, que só pode ser vendido com receita médica, mas que vinha sendo comercializado por Wendhel.
“Encontramos esse mesmo medicamento na casa de Wendhel, inclusive, ele é do mesmo lote dos medicamentos encontrados na casa do médico. Vamos investigar como foi que o Wendhel teve acesso a esse medicamento”, disse o delegado.
Por determinação judicial, o médico deve ficar preso por 30 dias, por este se tratar de um crime contra a Saúde Pública. Casseb está em uma cela especial na Divisão de Investigações Criminais (DIC).