O médico Giovanni Casseb e o estudante de nutrição Wendhel da Silva Rodrigues tiveram seus pedidos de habeas corpus negados. Os dois foram presos por integrar uma rede de distribuição e comercialização de anabolizantes em Rio Branco. A informação foi confirmada ao A GAZETA pelo delegado Pedro Resende, titular da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Casseb foi preso na sexta-feira, 19, em seu consultório. Já Wendhel foi preso no começo do mês, no momento em que buscava mercadoria nos Correios. Segundo as investigações, o médico e o estudante, que também trabalha como garçom, tinham uma sociedade.
“O médico Giovanni Casseb consultava os pacientes normalmente e aqueles que tinham interesse em perder peso e ganhar massa muscular de forma mais rápida, ele indicava o “tratamento” à base de anabolizantes e indicava o Wendhel como fornecedor dos produtos”, disse o delegado em coletiva de imprensa na tarde de sexta, 19.
À reportagem, o delegado esclareceu alguns boatos de que a prisão do médico teria sido apenas uma “notícia sensacionalista”. “Ele está preso sim. Está com prisão temporária decretada por 30 dias para ser cumprida na sede da Deic”, afirmou.
Durante a operação, a polícia apreendeu várias caixas do medicamento Amato, que só pode ser vendido com receita médica, mas que vinha sendo comercializado por Wendhel.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que não admitirá médicos que descumpram com seus deveres éticos. “A rigidez com a aplicação da ética médica é a segurança da boa aplicação da saúde à sociedade”. O Conselho não deu detalhes sobre o caso de Casseb, nem se o médico poderá perder seu CRM.
Operação ‘No Pain, No Gain’
A operação ‘No Pai, No Gain’ foi deflagrada no início de julho, quando a Polícia Civil apreendeu um carregamento de anabolizantes, grande parte oriunda do Paraguai, no bairro Mocinha Magalhães. Além dos medicamentos, também foi apreendido R$ 850 em dinheiro. Neste dia, ninguém foi preso.
A indústria ilegal dos anabolizantes no Brasil é rentável. Conforme dados da Polícia Federal, se considerar os esteroides como um único grupo de drogas, eles seriam o quarto mais comercializado do país, atrás apenas da maconha, da cocaína e do crack.