As declarações do governador Gladson Cameli (PP), da existência de uma máfia na distribuição de água pelo Depasa, renderam debates durante a sessão de ontem, 2, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). O deputado Roberto Duarte (MDB) disse que vai entrar com um pedido junto ao Ministério Público do Estado (MP/AC) para que apure a denúncia.
Roberto Duarte considera as declarações graves, porque foram proferidas pelo chefe maior do Estado. Para o emedebista, o Governo do Estado não pode colocar todos os servidores em suspeição. Ele lembrou a respeito da existência do cartel na Saúde, também dito por Gladson Cameli. Entretanto, não houve nenhuma ação efetiva para apurar.
“Vou oficializar o Ministério Público para investigar, uma vez que foi uma denúncia da maior autoridade do Estado”, disse o deputado emedebista.
Especialistas em política dizem que o modo espontâneo de Gladson Cameli pode levar seu governo a “judicialização”, tendo que dividir as agendas governamentais com idas e vindas à Justiça para explicar suas declarações.
Na última segunda-feira, 1º, o governador, em entrevista a uma TV local, disse que a máfia da água era semelhante ao cartel existente na Saúde do Acre. Disse, também, sobre a possibilidade de haver um conluio entre servidores do Depasa com donos de caminhões pipa.
“Será que tem alguma amizade com os donos de caminhão pipa? Eu quero saber. Então, é esse tipo de coisa que a gente tem que começar a ver. Eu estou de olho. É por isso que as coisas não vão”, considerou o governador acreano.