Em ação que dá continuidade a operação Miíase, vários camelôs foram removidos do Calçadão da Benjamim Constant, e proximidades dos mercados Públicos Elias Mansour e Aziz Abucater, na manhã desta sexta-feira, 16, em Rio Branco.
A operação ocorreu de forma conjunta das forças de segurança do estado, na quinta-feira, 15, com o objetivo de melhorar o espaço público do Calçadão da Benjamim Constant e combate a diversos crimes praticados na região, segundo informou a segurança. Na ação mais de 20 pessoas foram conduzida à delegacia.
Sem barraca
A camelô Risoneide Oliveira disse que trabalha na região do Calçadão há pelo menos 13 anos, há três foi removida para a calçada, na entrada do mercado. Quando chegou para trabalhar na manhã desta sexta, a barraca tinha sido levada. Desesperada, ela diz que não sabe como vai sustentar os nove filhos.
“Somos camelôs ali há mais de 13 anos. A gente era do Calçadão e tiraram a gente de lá e pediram para ficar ali. Nos deram um papel da prefeitura, e, hoje, quando chegamos para vender, não tinha mais nada. Tenho nove filhos. Dependo das minhas vendas. Se eu vender eu como, se não vender, meus filhos não comem”, contou.
A mercadoria da vendedora não foi apreendida, segundo explicou, apenas a barraca foi levada.
“A gente vende meia, panelas, brinquedos. Agora, não temos mais trabalho. A gente tinha a banquinha até eles levarem tudo. Tinha nada ilícito. Tripé, sombrinhas e barracas foram levadas e queimadas”, contou.
Autorização
Na ação da prefeitura de Rio Branco, nesta sexta, segundo informou a Chefe da Divisão de Operações do município, major Marcilene Alexandrina, o objetivo é retirar quem estava trabalhando sem autorização da prefeitura.
“Nós estamos tentando reorganizar essa parte central do mercado para que as pessoas possam vir fazer suas compras com tranquilidade. Devido a quantidade de pessoas que trabalham sem a autorização acaba prejudicando a entrada dos compradores, dos clientes”, explicou.
A major disse que só saíram as pessoas que estavam na ilegalidade e ação deve continuar na tarde desta sexta.
“Quem tem autorização não foi retirado. Na verdade, o que a gente está fazendo, primeiro, é uma orientação e só vai ficar quem tem autorização. Então, nesse caso, só foram aquelas pessoas que não tinham”, acrescentou a major.
O representante do Sindicato dos Camelôs, José Carlos Juruna, disse que os trabalhadores possuem autorização da prefeitura e não entende o motivo da retirada deles do local.
“O pessoal tem autorização da prefeitura e tudo e eles retiraram e levaram bancas e cadeiras. Não apreenderam mercadoria porque eles não vendem produtos de descaminho”, disse.
Juruna disse ainda que devia ter uma notificação e reforça que a preocupação é que muitas pessoas retiram o sustentos das vendas nestes pontos.
“Uma crise dessas e as pessoas ficarem sem ter o seu pão de cada dia, complica”, concluiu.