O segundo semestre da Universidade Federal do Acre (Ufac) começa na próxima segunda-feira, 5. Porém, com o corte de 30% nos recursos federais, a instituição pode funcionar por poucos dias. A informação foi dada com exclusividade ao Jornal A GAZETA pela reitora Guida Aquino.
“A situação continua a mesma. A equipe está reunida para avaliar todas as possibilidades. Vamos tentar até que não reste nem mais um centavo. Mas a verba ainda não foi liberada e temos condições de manter poucos dias do segundo semestre”, disse.
O corte de orçamento no valor de R$ 15 milhões atinge diretamente gastos como água, energia, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas.
Além disso, o corte também pode comprometer o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) e atividades básicas da instituição. Do total de 278 bolsas de iniciação científica, 75 foram canceladas. Também foram suspensos editais para bolsas de extensão e estágio na instituição.
Em todo o Brasil, estudantes e servidores foram às ruas protestar contras os cortes. A Justiça federal chegou a acatar o pedido do advogado Gabriel Santos, e determinou a proibição do bloqueio de orçamento, especialmente na Ufac e no Instituto Federal do Acre (Ifac). Em caso de descumprimento, a multa para o governo federal é de R$ 100 mil por dia.
Porém, a União recorreu da decisão. Em seguida, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu temporariamente a liminar. “Eu entrei com um recurso chamado agravo interno da decisão dele. Estou no aguardo de ser colocado em pauta para julgamento pelos desembargadores”, explica o advogado.
Paralisação geral
Ameaçados pela possibilidade de não concluírem o segundo semestre, servidores e estudantes aderiram ao movimento nacional de paralisação, marcado para o dia 13 de agosto.
“Pela lei de responsabilidade administrativa, a reitora não pode dar ordem de serviço de limpeza, segurança ou pagar contas de energia, se não vai ter como pagar esses contratos. Uma interrupção no segundo semestre atrasaria a vida de quase 10 mil alunos”, disse o presidente do DCE, Richard Brilhante, em entrevista no começo do mês ao A GAZETA.