A questão da suplementação de R$ 700 mil mensais para a Assembleia Legislativa tem dado o que falar dentro e fora do Parlamento. Os parlamentares voltaram a rebater as declarações do governador Gladson Cameli (Progressistas) a respeito do assunto. De acordo com os deputados, o governador tem insistido em um tema que não corresponde com a verdade, isso porque a suplementação está prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
As ponderações mais ásperas, ontem, 8, vieram do deputado Fagner Calegário (Sem Partido), que integra o bloco dos deputados independentes. Calegário desafiou o governador Gladson Cameli a fazer as mesmas declarações ao Poder Judiciário. Ou seja, afirmar que não enviará suplementação ao Judiciário, e sim destinar para outra área, como a Saúde, por exemplo. O parlamentar disse, ainda, que é hora de Cameli se retratar publicamente com a Aleac.
“Governador, o senhor tem a possibilidade de se retratar. Acho que não é hora e nem momento para a gente ficar fazendo politicagem com a questão da suplementação. Eu quero ver ele falar isso para o Tribunal de Justiça. Porque ele também vai ter que suplementar o Tribunal de Justiça . Por que não estica essa corda lá também?”, alfineta.
Já o deputado comunista, Jenilson Leite (PSB), disse que Gladson Cameli precisa “trazer mais resultados para população e falar menos”. Ele frisou que a informação proferida por Gladson não procede e tratou o caso como fake news.
“O governador quando se comporta dessa maneira, ele está faltando com a verdade. Está chegando a hora de ele trazer mais resultados para a população e falar menos. É uma tremenda falta de respeito”, pontua Jenilson.
Já o líder da oposição na Aleac, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), deu o tom mais conciliador ao debate. Disse que pediu ao presidente da Aleac, deputado Nicolau Júnior (Progressistas), para enviar ao Palácio Rio Branco e a Secretaria de Estado de Fazenda, ofício pedindo que repasse ao Poder Legislativo apenas o que está previsto em lei. A ideia é acabar com especulações a respeito do orçamento da Assembleia e sobre a possibilidade de “toma lá dá cá” entre governo e deputados.
“Primeiro que é uma falsa afirmação. Está se jogando para a plateia e, pior ainda, deixando a presidência da Assembleia numa saia justa, quando se diz que vai ou não ter suplementação. É como se alguém estivesse pedindo algo que vai retirar de outro setor. Isso é falso. Não é verdadeiro. Inclusive, eu sugeri ao presidente da Assembleia que mandasse uma correspondência ao governador e a Secretaria da Fazenda para que não viesse para esse Poder nenhum centavo a mais daquilo que está escrito na legislação, na LDO, cumprir a lei. Na medida em que se faz um debate sobre suplementação, se coloca em suspeição, inclusive, a gestão do Poder Legislativo”, destacou Magalhães.