Após quase uma década em obras, o pronto-socorro de Rio Branco foi entregue nesta terça-feira (6). A inauguração teve a presença de autoridades do estado, como o governador Gladson Cameli, representantes do Ministério Público do Acre (MP-AC) e a secretária de Saúde do estado, Mônica Feres Kanaan Machado.
A população se aglomerou próximo ao hospital para acompanhar a cerimônia. Dez bolos, representando o tempo que a obra durou, foram enfileirados em cima de mesas em frente a unidade de saúde.
O governador Gladson Cameli afirmou, em discurso, que a entrega da unidade representa a possibilidade das pessoas terem uma atenção de qualidade para cuidar da saúde.
“Tenho a plena consciência que não estamos inaugurando apenas salas, andares, equipamentos e medicamentos. O que estamos fazendo aqui é mais do que dar um passo decisivo em direção ao atendimento de saúde que a nossa população precisa e merece. Estamos fazendo o resgate de mais de um compromisso assumido em campanha”, reafirmou.
Cameli garantiu também que não vai medir esforços para disponibilizar uma saúde digna para a população do estado. Para isso, o gestor revelou a compra de quase R$ 74 milhões em medicamentos e pretende autorizar a compra de equipamentos para as unidades.
“Paro o estado se for necessário! Invisto tudo que for na saúde, porque não vou fazer obras enquanto o povo estiver morrendo. A saúde tem jeito sim”, ressaltou.
Outras obras
Ainda no discurso, o governador acrescentou que vai inaugurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, no mês de setembro. A obra da unidade está atrasada há quase cinco ano e tem um orçamento de R$ 3,5 milhões.
“Em dezembro, vamos entregar o Into de Traumatologia pronto com 100% funcionando. Se não saiu ainda no Diário [Oficial], vai sair o concurso simplificado para contratar mais profissionais da saúde. Vou lutar todos os dias para que a gente não veja pessoas sofrendo com dor esperando um atendimento”, reforçou.
Atrasos
As obras no Hospital de Urgência e Emergência começaram em 2010, na administração de Binho Marques (PT), e tinham que ser entregues dois anos depois, em 2012. Porém, a reforma, orçada em R$ 20 milhões foi se estendendo e sendo alvo de muitas críticas.
Com estrutura já montada, o novo pronto-socorro seguia sem previsão para entrega. O governo da época, liderado também pelo petista Tião Viana, alegava falhas estruturais no projeto.
Tanto que, em agenda no Acre naquele ano, o ministro da Saúde, Roberto Barros, visitou a obra e disse que ela passaria por uma auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus). O objetivo, segundo ele, era identificar as falhas no projeto e os recursos que já foram enviados.
No mesmo ano, a Secretaria de Saúde do estado, o governo federal repassou somente R$ 400 mil para o pagamento da primeira medição. Após isso, a empresa contratada teria feito novas medições, mas o Ministério da Saúde não liberou recursos.
Já em abril deste ano, o Ministério Público decidiu abrir um inquérito civil para apurar o andamento da obra, inclusive, o gasto do valor já empregado no novo pronto-socorro. O documento, assinado pela promotora Myrna Mendoza, destacou ainda que a obra chegou a ser “inaugurada” na gestão anterior.
Quando em dezembro do ano passado, o governador inaugurou 33 novos leitos, no quarto andar do novo espaço, mesmo sem que a unidade estivesse funcionando. O anúncio foi feito no próprio site oficial do governo.