O Projeto Coração de Irmão é mais um exemplo de amor ao próximo que inspira centenas de pessoas a olharem para o outro com mais empatia. A iniciativa, que nasceu em 2011, partiu da advogada Lorena Torres e seu esposo Marcelo Torres.
Perto de completar uma década, o projeto já alcançou milhares de pessoas em Rio Branco e em municípios do interior do Estado. Além das ações diárias, os voluntários promovem grandes eventos em datas comemorativas como, por exemplo, o Dia das Crianças.
“A função é de ajudar aquelas pessoas que se encontram em situação de miserabilidade e vulnerabilidade social. Ajudamos pessoas carentes, dependentes químicos, pessoas que estão fora do Estado fazendo tratamentos de saúde. O projeto é amplo e atende a sociedade de um modo geral”, explica Lorena.
O casal de pastores recorda o começo de tudo. “Antes mesmo de abrir a igreja, já fazíamos esse tipo de atividade social. Com a igreja, isso só veio a se fortalecer e pegar forma. O projeto surgiu desse amor, dessa voluntariedade que existia tanto no meu coração como no coração dele. Esse projeto veio desse sentimento de amor ao próximo, e não de uma ideia em si”.
O projeto sobrevive de doações e de parcerias que viabilizam, por exemplo, os alimentos para o preparo da sopa que é distribuída semanalmente pelos voluntários do Coração de Irmão.
“Eu recebo doações de roupas, sapatos, eletrodomésticos, de tudo aquilo que não é útil para quem está doando. Faço uma triagem, vejo o que pode ser consertado para ser reutilizado, vejo o que está em bom estado de conservação e destino para as famílias carentes”, conta a advogada.
Marcada pelas histórias de vida que acompanha, Lorena diz que todas as atividades são especiais. Porém, algumas são mais emocionantes que outras.
“Todas as edições, todas as ações do projeto Coração de Irmão me marcaram. Cada uma a sua maneira. Desde uma ação que fizemos no Caladinho, onde uma criança estava fazendo aniversário e eu, sem saber, fiz a doação de uma bicicleta naquela ocasião. A criança se emocionou e disse que o sonho dela era ganhar uma bicicleta de presente de aniversário. Isso me marcou profundamente”.
Imigrantes no Acre
A iniciativa também ajudou centenas de imigrantes haitianos, em meados de 2013, quando havia um grande fluxo de entrada de estrangeiros no Acre. O grupo visitou diversas vezes o abrigo montado em Brasiléia.
“Posso dizer que de todas as edições, de todas as experiências, trabalhar com os haitianos foi uma experiência única e maravilhosa”.
Todo final de semana, um grupo de voluntários do projeto visitava o abrigo e levava doações. A convivência foi tão grande que três imigrantes decidiram morar na igreja, em Rio Branco, por um tempo.
“Eles também ficavam na igreja quando precisavam se hospedar para viajar para outros estados. É uma nação que eu amo de paixão”.
O Coração de Irmão é mais uma das iniciativas que inspiram um mundo melhor, no Acre. Crianças, adultos, jovens e idosos em diversas situações de vulnerabilidade já tiveram suas vidas transformadas por pessoas que, até então, eram desconhecidas.