“Podemos reverter a situação”, disse o vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores no Acre (CUT/AC), Edmar Batistela, sobre a manifestação em defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência.
No Brasil, moradores de mais de 35 cidades e 15 estados foram às ruas manifestar a insatisfação com relação aos cortes da Educação e da Reforma da Previdência, já aprovada pela Câmara dos Deputados.
Em Rio Branco, o ato reuniu centenas de estudantes universitários, professores, sindicalistas e trabalhadores, na Praça da Revolução. Representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac), Diretório Central dos Estudantes (DCE), da CUT e demais outros sindicatos participaram da manifestação.
Batistela destaca que a suspensão de recursos nas universidades públicas tem gerado grandes prejuízos para estudantes e professores.
“Entendemos que isso está acarretando sérios transtornos e prejuízos enormes para os estudantes, professores e pesquisas científicas em todo o país. Viemos às ruas demonstrar a nossa insatisfação e preocupação com a retirada dos investimentos promovida pelo Governo Federal”.
Na Universidade Federal do Acre (Ufac), a suspensão representa a perda de R$ 15 milhões e atinge diretamente gastos como água, energia, terceirizados, obras, equipamentos, realização de pesquisas, inclusive o funcionamento do Restaurante Universitário (RU). Segundo a reitoria, se mantido o corte, a instituição deve funcionar até o dia 20 de agosto, semana que vem.
Já no Instituto Federal do Acre (Ifac), o corte é de R$ 5,8 milhões. Inclusive, o instituto anunciou um déficit de quase R$ 2 milhões e informou que vai atuar apenas no Ensino, priorizando o básico. Projetos de Extensão e pesquisas estão suspensos.
Outra preocupação dos manifestantes é a reforma da Previdência, que atualmente tramita no Senado Federal.
“São dois atos. Um contra a retirada das verbas da educação pública no Brasil e o outro contra a proposta da reforma da Previdência. Entendemos que podemos reverter a situação e minimizar os grandes transtornos que essa reforma trará para os trabalhadores e sociedade brasileira em geral. Então, mesmo sendo aprovada na Câmara e sendo encaminhada para o Senado, nós estamos demonstrando nosso descontentamento com essa proposta”, acrescentou o vice-presidente da CUT/AC.
Essa é a terceira mobilização a nível nacional contra o contingenciamento de verbas anunciado pelo Governo Federal. O primeiro ocorreu em 15 de maio, quando pelo menos 22 municípios participaram de atos. O segundo, no dia 30 de maio, mobilizou ao menos 136 cidades de 25 estados e o Distrito Federal.
Proibição de bloqueio – A Justiça Federal chegou a acatar o pedido do advogado Gabriel Santos, e determinou a proibição do bloqueio de orçamento, especialmente na Ufac e no Ifac. Em caso de descumprimento, a multa para o Governo Federal seria de R$ 100 mil por dia.
Porém, a União recorreu da decisão e, em seguida, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu temporariamente a liminar. Santos impetrou um recurso de agravo interno e está aguardando a decisão.