O ex-governador Tião Viana (PT), após quase 8 meses fora do governo, voltou ao cenário político. Dessa vez, o ex-governador acreano, que comandou o Acre por dois mandatos, ressurgiu para rebater denúncias contra ele feitas pelo ex-ministro Antonio Palocci, preso na Operação Lava Jato.
Em delação premiada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Palocci disse que foram repassados à candidatura de Tião Viana ao governo do Acre, em 2010, o equivalente a R$ 2 milhões.
Tião Viana rebateu a reportagem da Veja, dizendo que a revista tenta a todo custo associá-lo a uma mentira. Ele lembrou que o caso já foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e arquivado.
“Uma vez canalha, sempre canalha… é o caso da Veja. Covardemente coloca meu nome numa mentira decomposta, putrefeita e já apurada pelo STJ, onde fui absolvido por unanimidade e o processo devidamente arquivado”, disse o ex-governador.
Em 2017, o próprio Edson Fachin excluiu Tião Viana e o irmão, o então senador Jorge Viana, da lista de políticos envolvidos em desvios da Petrobras. Edson Fachin acolheu pedido da Procuradoria-Geral da República, que concluiu não haver indícios de que os irmãos tenham participação nos atos apurados na Lava Jato.
Sobre as eleições de 2010, é importante frisar que, em 2015, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) arquivou os processos contra Tião e Jorge, por entender não haver elementos suficientes para dar prosseguimento ao caso.
Além de Tião Viana, a delação de Antonio Palocci ao ministro-relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, inclui Fernando Pimentel, Gleisi Hoffman, Lindbergh Farias, Carlos Zarratini e João Paulo Lima e Silva. Pimentel teria recebido R$ 2 milhões, da Camargo Corrêa, para sua candidatura ao Senado pelo Estado de Minas Gerais. Já a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, na época candidata ao Senado, teria recebido R$ 3,8 milhões de três empresas: a Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS.
Lindbergh Farias teria recebido da Odebrecht R$ 3,2 milhões, via caixa 2, para a campanha de 2010.
Carlos Zarratini teria recebido R$ 50 mil, segundo a delação de Palocci, da Odebrecht. Enquanto que João Paulo Lima e Silva recebeu R$ 500 mil, também da Odebrecht.