A resposta da economia para o crescimento do Estado está na eficiência de sua disposição para aliar trabalho e gestão administrativa. Como numa empresa, cujo maior interessado, o acionista, sabe que a riqueza vem do equilíbrio entre o que ganha e o que gasta. É nessa equação que o Brasil secularmente – com momentos de rápida exceção – vem sendo reprovado, pois sempre gasta mais do que arrecada.
O Acre, por sua vez, também faz seu mais de século que não se afirma num modelo econômico viável, não conseguindo sequer equilibrar o que recebe de repasses constitucionais da União e o que gasta em custeio de sua máquina, a máquina pública, e muitas vezes gastando por conta de empréstimos, até internacionais, com enormes contrapartidas em investimentos de liquidez duvidosa. Efetivamente, construímos tanto que nem temos recursos para manter as obras estruturantes, como as estradas , entre outros.
Na década de 80, quando decidimos admitir a discussão a respeito de sustentabilidade, de zoneamento de nossas potencialidades naturais, começamos a despertar para o que nos pareceu, então, o caminho econômico a ser seguido. Mais de 30 anos depois, agora esperamos reformas previdenciária, fiscal, política e um novo Pacto Federativo, que venham a corrigir distorções e injustiças e reduzir a penúria a que nos trouxeram os equívocos e as pesadas opções por fortelecer o Estado em detrimento do Setor Produtivo.
Com o crescimento da população, as mudanças no conceito de emprego e a guinada política pela economia de mercado com base em agronegócios, com a inovação tecnológica e as políticas lastreadas pelas variações cambiais, às vezes tem-se a impressão de que a gangorra não para, que o carrossel não tem freio e que a ciranda trouxe uma tontura a nos desequilibrar.
Assim é que defendemos os modelos de políticas sem grandes riscos, que enxuguem os gastos, estimulem a produção e a remuneração justas, para que se demonstre na prática que o caminho a seguir é o aquele que claramente proponha a garantia do trabalho a quem quer produzir. Quem produz precisa de quem trabalha. Quem trabalha precisa de quem produz. É indiscutível a equação que nos mostra o correto caminho a seguir. Então, ao trabalho!
*Leandro Domingos é presidente da Fecomércio/AC