Servidores e pacientes do Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), em Rio Branco, se mobilizaram na manhã desta segunda-feira, 19, em um ato contra a saída do diretor, Marcos Araripe, e por melhorias na unidade.
Cerca de 60 pessoas com cartazes e faixas chegaram a fechar um dos lados da Estrada da Sobral. A via foi liberada e os manifestantes ocupam a frente da unidade.
Sesacre – O secretário-adjunto da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), Jorge Resende, explicou que o ex-diretor Marcos Araripe é servidor do Pró-Saúde e não poderia assumir um cargo de direção. Diante do impasse, a Saúde solicitou que o Araripe pedisse um afastamento do Pró-Saúde para continuar no cargo, ou fosse exonerado da direção do Hosmac.
Enquanto isso, a unidade continua sem direção.
“Servidores do Pró-Saúde não podem ter, por lei, cargo de direção. Chegou pra nós que ele estava em um cargo de direção sem o devido respaldo. Ele entrou em tratativa com o pessoal do Pró-Saúde para saber se tinha como ter um afastamento temporário. Depois de várias tentativas entre ele e o Pró-Saúde, não houve solução e decidiu abrir mão da direção”, reafirmou.
Resende declarou que teve conhecimento de alguns problemas da unidade, como o muro que ameaça desabar, durante um encontro com o diretor do Hosmac. Segundo ele, já foi feito um levantamento do que precisa ser feito.
“Por conta desse levantamento, em cima do processo administrativo que tem que ocorrer, a parte burocrática da história. Esse processo está findando essa semana, o muro começa a ser construído, como outras coisas que vão ser arrumadas”, garantiu.
Problemas – O presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed), Guilherme Pulici, afirmou que a unidade hospitalar está abandonada, falta medicamentos, lençóis, materiais e até água. O profissional acrescentou que devem acionar o Conselho Municipal de Medicina sobre a situação.
“Estamos preocupados com a situação de abandono, quem visita o Hosmac sabe que faltam condições de trabalho. É um completo absurdo, o muro da parte de trás está desabando, colocando em risco a vida dos pacientes e os servidores”, destacou.
Ainda segundo Pulici, todos os profissionais são contra a saída do diretor Marcos Araripe. Além disso, ele afirmou que há falhas de segurança e é possível até encontrar pessoas vendendo drogas no local.
“Somos contra a saída do diretor Marcos Araripe, que costuma resolver todas as demandas assistenciais, jurídicas do hospital e é uma unanimidade dos profissionais, que dizem estar se sentindo órfãos sem a liderança dele”, confirmou.
Ato – A médica Caroline Formiga explicou que o ato é formado por enfermeiros, auxiliares, técnicos, médicos, assistentes, entre outros. Uma das principais reivindicações, segundo ela, é pela reforma da unidade.
“Não é reformado há uma década. Não são só os médicos, são todos os funcionários. Faltam medicamentos, precisamos de mais profissionais, as consultas demoram muito pela falta de profissionais”, complementou.
A servidora garantiu que o atendimento não vai ser prejudicado pelo ato. As consultas agendadas vão ser atendidas e, se chegar alguma emergência, um profissional deve atender.
“Fechamos um lado da rua por alguns minutos, depois liberamos. Os pacientes são previamente agendados não vão ter prejuízos, porque os médicos vão atender mais tarde. A mobilização é agora pelo período matutino”, concluiu.