Com o objetivo de estimular a geração própria de energia e tornar as empresas e produtores rurais mato-grossenses mais competitivos de forma sustentável, a Central Sicredi Centro Norte, que atende os estados de Mato Grosso, Rondônia, Pará e Acre, e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Mato Grosso, assinaram na tarde desta quarta-feira (28.08) um termo de cooperação para o Programa de Energia Solar Fotovoltaica para Pequenos Negócios.
O convênio foi assinado pelo presidente da Central Sicredi Centro Norte, João Spenthof, pelo presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, pelo diretor superintendente do Sebrae MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro, as duas diretoras do Sebrae MT, Eliane Chaves e Eneida Maria de Oliveira. Participaram do ato o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae MT, Jandir Milan; o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Da Costa; e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso, Gustavo Oliveira.
O programa será lançado oficialmente no dia 18 de setembro no Centro Sebrae de Sustentabilidade, em Cuiabá. Será destinado a associados do Sicredi e a empresas interessadas.
A parceria prevê a disponibilização de uma linha de crédito pelo Sicredi para aquisição de equipamentos e tecnologias para captação de energia solar para geração de energia elétrica em propriedades rurais e empresas. Os detalhes das condições oferecidas por essa linha de crédito serão anunciados no dia 18 de setembro, data que a linha estará disponível nas agências. Por parte do Sebrae, o associado terá disponível o serviço de consultoria de análise de viabilidade técnica e financeira e elaboração dos projetos de energia solar.
Para o presidente da Central Sicredi Centro Norte, João Spenthof, a assinatura do convênio com o Sebrae é mais uma demonstração de que a instituição financeira cooperativa está atenta as tendências do mercado para tornar os negócios dos seus associados mais competitivos e aliado ao desenvolvimento sustentável, uma vez que a energia gerada por fonte solar é limpa. “O programa oferece aos associados o acesso a serviços financeiros de forma mais ágil e menos burocrática e a novas tecnologias nesse segmento. Com isso, o associado poderá ter a conta de energia reduzida em até 95%, pagar o investimento com essa economia gerada e ainda terá o seu imóvel valorizado”, endossa o presidente ao citar os benefícios do programa.
Ele anunciou que serão três linhas de crédito, podendo ser do BNDES, recursos próprios das cooperativas do Sicredi ou ser do Banco Mundial com o qual Sicredi finaliza um aporte de US$ 100 milhões. A expectativa é de contemplar quase mil pessoas. O Sicredi tem uma carteira de mais de R$ 200 milhões de financiamento para energia solar.
O diretor superintendente do Sebrae MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro destaca que é preciso falar em sustentabilidade com o viés econômico e para as empresas de uma maneira geral. Especialmente para os pequenos negócios o custo alto da energia elétrica compromete a competividade dos produtos.
O secretário Carlos da Costa destacou a importância de aumentar a produtividade dos pequenos negócios e citou as três palavras-chave mencionadas na cerimônia: pequenas empresas que estão na base do nosso país e têm um papel fundamental na mudança pela qual o País está passando; sustentabilidade; e produtividade, que está intrinsecamente ligada ao valor do que é produzido.
“O Brasil vai mudar a partir da pequena empresa e se a gente aumentar a produtividade, o país vai crescer a taxas chinesas, como dizem”.
Pesquisa
Antes da assinatura do termo de cooperação, a gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), Suenia Sousa, fez uma apresentação das ações desenvolvidas pelo Centro para melhorar a produtividade dos pequenos negócios. Ela falou também da pesquisa Pequenos Negócios e Energia Solar Fotovoltaica, a primeira do gênero no Brasil, cujos resultados foram apresentados nesta quarta-feira, 28, durante a Intersolar South América – maior feira da América do Sul para o setor solar, em São Paulo.
Apenas 9,2% dos ouvidos se consideram bem informados sobre o tema e apenas 0,1 usam energia solar em seus negócios. 79,7% conhecem pouco e não usam.
“Nosso maior desafio para a expansão do uso de energia fotovoltaica entre os pequenos negócios é assegurar mais informação sobre esta fonte de energia, seus benefícios e mecanismos de estímulo, bem como superar a percepção sobre o elevado montante de investimento inicial, decorrente em parte da dificuldade de acesso ao crédito”.
O engenheiro eletricista José Valdir Santiago Jr, gerente da Unidade de Sustentabilidade nos Pequenos Negócios do Sebrae MT, lembrou que o público do Programa de Energia Solar Fotovoltaica para Pequenos Negócios tem dificuldade de fluxo de caixa para aplicar nessa nova fonte de energia e que por isso precisa de linhas de crédito especiais. Lembrou que entre os fatores a serem considerados para melhorar a produtividade estão logística, energia, desenvolvimento científico e tecnológico, educação e mão-de-obra qualificada.
Levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), referente a agosto, mostra que a geração elétrica por fonte fotovoltaica no país é de 2.103 Megawatts (MW), equivalente a 1,2% da matriz elétrica brasileira. Mato Grosso é o 4º no ranking em potência instalada com 64 MW, participação de 6,4% no total gerado no país. O primeiro colocado no ranking é Minas Gerais, com 196,7 MW (19,7%), seguido por Rio Grande do Sul com 158,7 MW (15,9%) e São Paulo com 126,2 (12,6%). No ranking municipal, Cuiabá aparece na 6ª posição com geração de 8,9 MW, equivalente a 0,9% da geração brasileira.