A prefeita de Rio Branco e presidente da Associação dos Municípios do Acre, Socorro Neri, assinou nesta quarta-feira, 07, termo de cooperação técnica com o Ministério Público Estadual (MPAC), para a realização do l Curso Internacional de Proteção e Defesa Civil: preparação para o enfrentamento dos eventos extremos e das mudanças climáticas.
O evento será realizado entre os dias 26 e 30 deste mês com o objetivo de proporcionar o nivelamento de conhecimento sobre o tema entre todos os municípios acreanos com a participação de representantes da Bolívia e Peru. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Corpo de Bombeiros Militar também serão parceiros da iniciativa.
De acordo com a prefeita Socorro Neri, as Mudanças Climáticas são fatos que não devem ser ignorados e que já afetam a vida e milhões de pessoas em todo o planeta, sobretudo na Amazônia que é um bioma extremamente sensível. “Nós estamos vivenciando essas mudanças de forma muito expressiva e nós precisamos tornar as cidades resilientes. O conhecimento que será ofertado nesse curso internacional é necessário e muito bem-vindo. A Amac está voltada na articulação dos municípios para que todos participem dessa ação”.
Muitos cientistas e pesquisadores de diversas instituições mundiais para o clima destacam que o desafio dos próximos anos será o de conviver com os efeitos e danos causados pelo aquecimento global. Ondas de calor, recordes de temperaturas altas e baixas, fortes precipitação de chuvas e também a falta delas devem ocorrer com maior frequência, intensidade e duração.
O conselheiro do TCE, Antônio Malheiros, disse que os problemas decorrentes das mudanças climáticas são evidentes e que além da necessária a redução imediata dos gases que causam o efeito estufa, é preciso desenvolver estratégias para reduzir o nível de exposição das populações aos eventos climáticos extremos, como exemplo aprimorar os sistemas de alertas. “O fato de todas as instituições estarem trabalhando juntas já demostra a preocupação de todos com esse tema. O que queremos é melhorar os serviços, estarmos cada vez mais unidos, preparados e precavidos para enfrentarmos essas situações”, destacou.
Em 2015, no período de chuvas, o Rio Acre atingiu o nível histórico, em Rio Branco, de mais de 18 metros, 4 metros acima da cota de transbordamento. Cerca de 30% do território urbano da cidade ficou debaixo d’água, cinco mil famílias ficaram desabrigadas e inúmeros prejuízos foram contabilizados em diversas áreas. Já em setembro de 2016 vivemos o extremo disso, quando o Rio Acre registrou outra marca histórica, desta vez negativa, com apenas 1,30 metro de água, que colocou em risco o abastecimento de água em toda a cidade.
“As mudanças climáticas estão aí e nós já estamos sentindo os efeitos delas. É preciso que nós voltemos os nossos olhares para essa questão e a união de esforços entre as instituições que hoje pactuam esse curso. São informações e ações que serão trocadas, aprendidas com representantes de todos os municípios acreanos para que esses desafios que estão por vir possam ser minimizados o quanto for possível”, disse a procuradora-geral de Justiça do MPAC, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues.