Os servidores dos Correios decidem no final da tarde desta terça-feira, 17, se devem manter ou suspender o movimento de greve. A assembleia segue o calendário de ações que incluem um novo ato a ser realizado no Centro de Rio Branco de coleta de assinaturas com a intenção de intensificar a campanha #TodosPelosCorreios. Além disso, os funcionários marcaram o quinto dia de paralisação com convites a populares para participarem da Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para debater os prejuízos de uma privatização da empresa.
Desde o início da greve, os trabalhadores fizeram vários atos públicos em Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Uma série de atividades estão programadas para chamar a atenção. Em Rio Branco, 50% dos carteiros e funcionários da instituição estão com as atividades suspensas. Em Cruzeiro do Sul, segundo o Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintect-AC), 100% dos funcionários aderiram a movimentação e, também, interromperam os trabalhos.
A categoria reivindica melhorias salariais, manutenção do acordo coletivo e a não privatização da empresa. De acordo com o sindicato, o acordo coletivo venceu no dia 31 de agosto e os servidores dos Correios ainda não conseguiram outra conciliação com a empresa, apesar da mediação feita pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A última instância do Judiciário Trabalhista propôs na quinta-feira, 12, a suspensão da greve até o dia 2 de outubro.
“O movimento continuou se organizando e debatendo o assunto durante todo este fim de semana para definir um encaminhamento durante a assembleia de terça. Enquanto isso, a movimentação está mantida e continua ativa até lá. Em Rio Branco, 50% da distribuição parou e nas cidades do Juruá [Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Tarauacá e Rodrigues Alves] 100% dos serviços foram suspensos, o movimento lá está muito forte”, diz Suzy Cristiny, presidente do Sintect-AC.
Suzy destacou ainda que a campanha #TodosPelosCorreios, que no Acre foi iniciada no mês passado, pretende reunir 1 milhão de assinaturas em todo o país contra o processo de privatização que está prestes a ser iniciado pelo governo federal. Ela destaca que a coleta de assinaturas também foi feita em Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e outras cidades do interior.
“Se privatizar estas localidades que não dão lucro correm o risco de ser fechadas. Somente a capital dá lucro, e o serviço no interior é social. Apesar de não haver monopólio de encomendas, nenhuma concorrente dos Correios tem interesse em se manter em locais que não dão lucro”, finalizou a presidente do Sindicato.