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Após confusão, servidores da Saúde prometem se “acomodar” na Sesacre nesta quarta

O primeiro dia de greve dos servidores de Saúde, em Rio Branco, foi marcado por confusão no hall de entrada da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O secretário adjunto da pasta, Coronel Resende, se envolveu em discussão com os servidores e com o deputado estadual Jenilson Leite (PSB). O caso ocorreu na manhã de terça-feira, 10.

Nas redes sociais, circula um vídeo que mostra o tumulto e a discussão entre o coronel e o deputado. Policiais Militares precisaram intervir, mas tanto o secretário quanto o parlamentar alegam terem sido agredidos.

Tudo começou quando o presidente do Sindicato da Saúde (Sintesac), Adailton Cruz e Jenilson Leite tentaram entrar no setor administrativo da Sesacre para formar uma comissão de servidores e discutir as propostas da categoria com o governo.

A situação piorou após o coronel ter dito que o protesto seria um “movimento grevista de vagabundos”, segundo o deputado.

Em entrevista ao site Notícias da Hora, o coronel admitiu que errou ao entrar no meio da manifestação. Questionado sobre chamar os servidores de vagabundos, Resende afirma que se referia ao grupo que, supostamente, o agrediu.

“Na verdade, eu queria chamar de covardes, pois a forma que eu apanhei ali foi uma covardia. Talvez eu tenha confundido o jeito de me expressar, diante da emoção, da situação, do momento. Eu até levantei o braço, pois eu não queria agredir ninguém, mas aí começaram a me bater. Achei isso tão covarde. Eu acho que não mereço isso. Não estou aqui pra passar por isso. Eu vim aqui pra ajudar”, disse ele, ao acrescentar que desistiu de registrar um boletim de ocorrência da suposta agressão por causa do trânsito até a delegacia.

O deputado e o presidente do Sintesac disseram que denunciariam o caso à polícia. “Revolta geral, com o governo que chancela esse tipo de gesto, e com o coronel”, disse Cruz ao Jornal A GAZETA.

Diversos políticos defenderam o colega parlamentar. É o caso do vereador Rodrigo Forneck, que se posicionou através de sua rede social. “Servidores públicos merecem nosso respeito. Mesmo em tempos de dificuldade financeira sempre devemos dialogar civilizadamente. Temos um governador e um vice que vêm do parlamento, não podem permitir que um deputado seja tratado dessa forma”.

Segundo o presidente do Sintesac, apesar do tumulto, a greve continua por tempo indeterminado. A concentração de servidores nesta quarta-feira, 11, será a partir das 8h, em frente ao Pronto Socorro.

“De lá [Pronto Socorro], vamos nos acomodar na Sesacre até o governo nos apresentar uma proposta plausível”, garantiu.

FOTO/ SÉRGIO VALE

Atendimento reduzido

Com a greve, apenas 40% do efetivo de servidores estão trabalhando, de acordo com o Sintesac. No Pronto Socorro, por exemplo, apenas casos de emergência estão sendo atendidos. A informação foi confirmada por um servidor que preferiu não se identificar.

“O Pronto Socorro está uma calamidade. O portão da frente está fechado e só entra pela parte das ambulâncias, e só o que for emergência. Se não for emergência, não será atendido porque não tem funcionários”.

Ainda de acordo com o servidor, por volta de 14h da tarde de terça-feira, 10, havia apenas um enfermeiro na Observação da unidade de saúde.

“Estamos trabalhando com servidores em redução. Já estava uma calamidade no Pronto Socorro, agora está pior ainda. Na Observação que é sempre lotado, por exemplo, tinha mais de 60 pacientes”.

 

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