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Assaltos a bancos podem ser resultado de crise de facções criminosas no Acre 

As ações de combate ao crime organizado no Acre têm gerado bons resultados, com relação ao número de prisões e apreensões de armas e entorpecentes. Porém, o enfraquecimento das facções criminosas deixa em alerta as instituições financeiras.

Segundo o ouvidor do Ministério Público do Acre, promotor Leandro Portela, o aumento de assaltos a agências bancárias está ligado ao enfraquecimento das facções criminosas.

Só este ano, já foram registrados dois assaltos a bancos no estado. O mais recente ocorreu no município de Brasiléia. Criminosos invadiram e agência do Banco do Brasil, explodiram pelo menos quatro caixas eletrônicos e levaram malotes de dinheiro.

Em 2018, foram registrados três assaltos a instituições financeira no Acre, segundo o boletim do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Sinesp).

“Não adianta só prender, temos que tirar o poder de arma, de dinheiro e de compra deles. Fruto disso é a descapitalização das organizações criminosas. Quando ocorre isso [assalto a bancos] é por que está havendo a descapitalização da organização, e ela [facção criminosa] tenta capitalizar através de assalto a bancos, que é a forma mais rápida de voltar a operação”, disse o promotor em entrevista a uma emissora de televisão local.

Apesar de não serem atingidos diretamente por essas ações criminosas, bancários e funcionários de instituições financeiras temem por suas vidas, já que o sistema de segurança na maioria dos bancos ainda é ineficiente, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários no Acre, Eldo Rafael.

“Esse é um tópico específico de negociação com os bancos. Na época da data base nós discutimos o combate a fraudes e o aumento de posto de segurança, com vigilantes, porta giratórias, biombos de segregação nos caixas, câmeras de vigilância e outros mecanismos, mas infelizmente os bancos preferem economizar e negligenciam a segurança”, disse.

Segundo Rafael, a situação piorou com a reforma trabalhista, que enfraqueceu a influência do sindicato nas questões de defesa do trabalhador.

“As empresas não são mais obrigadas a notificar o sindicato em caso de sinistros e ficaram livres para demitir empregados adoecidos sem o conhecimento do sindicato, pois a homologação no sindicato não é mais obrigatória. Os bancos são obrigados a terem um plano de segurança aprovado pela Polícia Federal, mas após a Reforma de 2017, as instituições financeiras têm diminuído os pontos que trabalham com numerários e também tem conseguido junto a PF diminuir os postos de seguranças”, lamentou.

 

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