Convocado em caráter extraordinário pela CPI da Energia, que analisa possíveis irregularidades na cobrança das contas de energia dos acreanos, o diretor técnico e comercial da Energisa no Acre, Ricardo Xavier, explicou aos parlamentares as possíveis causas que elevaram as contas dos acreanos neste mês de setembro.
Ele explicou que o aumento se deu em virtude dos altos índices de calor na região, o que impulsionou um maior uso de aparelhos como ventiladores e ar-condicionados. Nesse sentido, a distribuidora de energia precisou potencializar o sistema em 30% a mais que o normal, o que gerou custos de acordo com o diretor.
“Como houve aumento de consumo, a empresa precisou receber 30% a mais de energia no consumo geral”, pontua Ricardo Xavier.
Ele explicou, ainda, que o furto de energia e problemas nos padrões, que registram o consumo nas residências, também podem estar diretamente ligados à elevação da tarifa final ao consumidor.
O argumento de Xavier não convenceu os parlamentares. Eles acreditam que houve uma falha da concessionária no sistema de cobrança para que os preços saltassem de um mês para outro quase que o dobro do que era pago. A respeito disso, o autor do requerimento, deputado Jenilson Leite (PSB) disse que o aumento, drástico e relâmpago, coloca em risco a segurança alimentar dos acreanos.
“A população tem comprometido a sua renda doméstica, familiar, pagando uma energia que falta para remédios, transporte e nós não podemos aceitar isso. Aqui no Acre, precisa haver mais transparência”, completa.
Já o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) não gostou muito do que ouviu. Para ele, as explicações não são palpáveis aos olhos dos consumidores, o que dificulta a compreensão de quem está lá na ponta. O parlamentar disse que é hora da união de todos em defesa de preços mais justos tanto para a empresa, que precisa do capital para sobreviver no mercado, quanto para os consumidores, que são os que sustentam todo o sistema, considerados por ele “a galinha dos ovos de ouro”, portanto devem ser respeitados e compreendidos.
“Foi uma reunião com explicações mais que insuficientes. Houve uma afirmação na abertura dos trabalhos de que a Energisa não constatou no serviço de prestação ao consumidor, aumento de reclamações. Olha só. Se todo o Acre está reclamando. Só quem não conseguiu constatar o aumento das reclamações foi a empresa”, destaca.
O ofício solicitando a presença do diretor-presidente José Adriano Mendes Silva, que na ocasião envio Ricardo Xavier para representar a empresa foi assinado pelo presidente da CPI, deputado Chico Viga (PHS).