Dois criminosos pularam a janela do refeitório da Maternidade Barbara Heliodora, em Rio Branco, e assaltaram pacientes, acompanhantes e funcionários. Segundo uma das vítimas, os homens estavam mascarados.
Além de celulares e outros pertences, os bandidos roubaram lâmpadas e facas invadiram duas enfermarias.
Uma acompanhante disse que um dos criminosos parecia nervoso e pediu que todos entregassem celulares e alianças. “Fiquei com medo, pois minha irmã estava operada e não podia se mover”.
Durante o assalto, um caso inusitado ocorreu. Uma idosa que estava como acompanhante entregou o celular no momento em que eles entraram na sala, mas o bandido devolveu.
“Eu entreguei o meu, mas quando viram que era podre me entregou de volta. Quando ia saindo ele me abraçou e me deu um beijo. Aí quando eu vi ele saindo eu corri e pedi socorro lá na frente”.
Uma das vítimas conseguiu acionar a polícia, mas quando chegaram na unidade foram informados que não estava ocorrendo nenhum assalto e foram embora. A direção da maternidade disse que vai investigar o caso.
Para quem não conhece, o assalto a maternidade parece uma situação atípica. Mas quem trabalha na unidade e convive com funcionários do local sabe que assaltos são comuns no local.
Ano passado, os bandidos entraram pelo basculante do banheiro de uma das enfermarias e roubaram pertences de pacientes, como celulares e relógios.
“Sempre acontece. Já entraram armados lá mais de quatro vezes, só que ninguém fala. Abafam o caso. O segurança sempre está na portaria, mas não pode fazer nada. Então não adianta”, disse uma servidora em entrevista ao A GAZETA, em junho de 2018.
“Infelizmente é a realidade”, diz sindicato
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac), Adailton Cruz, lamentou a situação e disse que todas as unidades de saúde são alvos de criminosos. Ele destaca que uma das reivindicações da categoria é o reforço da segurança nas unidades.
“Esse era mais um dos motivos da greve, que infelizmente a juíza não considerou. Infelizmente é a realidade, e não é só na Maternidade. Isso ainda vai ocorrer em outros locais, e é lamentável. O governo não responde, o judiciário assina embaixo e nós, servidores e pacientes, ficamos a mercê”.