Mais de 40 produtores da zona rural de Tarauacá foram multados pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) por realizar queimadas e desmatamento. Segundo o deputado Jenilson Leite (PSB), os produtores teriam sido incentivados pelo governador Gladson Cameli.
O deputado afirma que o governador estimulou os produtores rurais ao dizer: “Se o Imac multar, me avisem. Quem manda no Estado sou eu. Se o Imac multar, não paguem as multas”. A declaração, dita em reunião no município de Sena Madureira, teria repercutido por jornais de grande circulação nacional.
De acordo com Jenilson, o menor valor de multa é de R$ 45 mil. “Quando você representa o governo, tem que ter consciência do que você está falando. Isso aqui é uma demonstração disso. Os trabalhadores acreditaram e R$ 45 mil é a menor multa. Resolva essas multas, governador. Não sei qual o instrumento que ele vai utilizar para isso. Ele disse para ninguém pagar que ele ia resolver”.
E questiona: “E aí governador, as pessoas vão pagar ou não? Como é que uma pessoa que tem 60 hectares de terra vai pagar uma multa de R$ 40 mil para o Imac?”.
Por meio de nota, o diretor-presidente do Imac, André Hassem, informou que o Governo do Estado cumpre o papel de orientar, o que segundo o diretor, não era feito adequadamente na gestão passada
“Logo, regiões como Feijó e Tarauacá, onde houveram as maiores queimadas de nossa região, não podem passar desapercebidas pelos órgãos de fiscalização. E quando detectado crime ambiental, o trabalho não é mais de orientação, mas de seguir o que determina a lei”, disse.
Hassem afirma que o discurso do deputado causa “perplexidade” para o Imac, órgão legítimo de comando e controle do meio ambiente estadual.
“O deputado, médico infectologista, Jenilson Leite deve ser sabedor dos mais de 29 mil atendimentos realizados à população do Acre, tantos nas Upas, quantos nos demais hospitais regionais, acometida com problemas respiratórios. Assim, consideramos o posicionamento do deputado infiel às causas prioritárias do Acre, enquanto reforçamos nosso compromisso com a vida, prioritariamente de nossa gente e de nossas florestas”.
Apesar do posicionamento, o diretor não comentou sobre a declaração feita por Gladson Cameli, que segundo Jenilson Leite, incentivou os produtores a realizar queimadas e desmatamentos. Também não foi falado sobre os valores das multas de até R$ 40 mil.