A saída da secretária de Estado de Fazenda, Semíramis Dias, do cargo teve repercussão no cenário local. Tida como a mulher de ferro do governo Gladson Cameli (PP) o pedido de demissão repentino deixou muitos surpresos e apreensivos quando ao futuro do Estado, principalmente no que diz respeito a arrecadação.
O presidente da Associação Comercial do Acre (Acisa), Celestino Bento, viu a saída de Semíramis com preocupação. Ele disse que já estava em construção uma sintonia com os empresários do comércio. Bento diz que Semíramis atuou com isenção e autenticidade no trato com a coisa pública.
“Sabemos da notícia pelos jornais, e lógico que foi bastante surpresa até porque a equipe, juntamente com a secretária, vem fazendo um bom trabalho. Vem buscando alternativas que ajuda o Estado a desburocratizar, ajuda o Estado a gerar mais emprego, que ajuda, de certa forma, o empresário a recuperar a autoestima, a recuperar a confiança, a ser tratado diferente, com um tratamento diferenciado. Fiquei bastante surpreso e bastante triste porque a Semíramis é uma pessoa que demonstrou tudo isso com muita autenticidade, com muita disposição. Lógico que ela tem os motivos dela para se afastar e a gente respeita”, disse Celestino Bento.
Ele acrescenta que teme um desmonte na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e com isso um novo recomeço seja iniciado, o que pode prejudicar o empresariado local, que aguarda a resolução de problemas que o Acre enfrenta na sua economia.
“Ficamos bastante tristes porque isso, provavelmente, vai mexer com a equipe, com seus diretores e acaba de certa forma afetando o relacionamento que estava bastante próximo, imbuídos em resolver problemas, que nós vem sofrendo há algum tempo”.
A Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) também comentou o pedido de exoneração de Dias. Por meio do seu presidente, José Adriano, a instituição se expressou dizendo que “avalia com preocupação essas movimentações de primeiro escalão e imagina a dificuldade de um novo Governo em montar sua equipe. Em se tratando de uma pasta tão importante, a saída da secretária de Fazenda traz uma instabilidade para o mercado”.
Entretanto, José Adriano argumenta que “se foi uma decisão buscando melhorias para dar uma celeridade e uma nova dinâmica na economia do Estado, no destravamento da máquina pública, será bem-vinda”, reitera.
Outro que também falou sobre o assunto foi o presidente da Federação do Comércio do Acre (Fecomércio/AC), Leandro Domingos. Para ele, a “instabilidade atual nos cargos de gestão pública causa incerteza e insegurança na classe empresarial”. E completa: “esperamos uma definição do quadro diretivo do Estado para que possamos, com uma equipe harmônica, pensar em dias melhores”.