Os deputados estaduais marcaram território na última terça-feira, 17, ao derrubar todos os vetos do governo. Não contando nem mesmo com os votos do líder do governo, deputado Luís Tchê (PDT) e do presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Nicolau Júnior (PP), a Aleac disse um sonoro “Não” à interferência governista.
Ontem, 18, o líder do governo, deputado Luís Tchê (PDT), deixou claro que Gladson Cameli e o chefe da Casa Civil, José Ribamar Trindade, estavam cientes da derrubada dos vetos. Tchê chegou a dizer que poderia entregar a liderança, mas que votaria a favor da derrubada dos vetos.
No entendimento dele, isso fortalece o Parlamento acreano. O parlamentar pedetista acrescenta que, caso o resultado fosse o oposto, ou seja, aceitar os vetos, a Aleac teria ficado desmoralizada diante da opinião pública. “Era o fortalecimento da Casa, senão íamos ficar desmoralizados. Eu falei com o Ribamar que nós íamos derrubar os vetos”, disse Luís Tchê.
Luís Tchê ressaltou, ainda, que a derrubada dos vetos que trancava a nova pauta de votação na Aleac foi uma derrota do governo e não do governador Gladson Cameli (PP). Para ele, faltou diálogo por parte da equipe de governo ao vetar projetos aprovados pela Aleac, muitos dele até com o chancelamento do próprio governo, como os debates envolvendo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
“A gente conversou que não foi uma derrota do governador, mas do governo”, pontua.
Ao que parece, há um tensionamento entre parlamentares e a equipe de governo, que não passa, necessariamente, pela pessoa do governador Gladson Cameli, mas de quem o cerca na tomada de decisões importantes. Nesse sentido, Tchê deixa claro: “Se os secretários ajudassem mais, o governo andava mais”, ao relatar a popularidade de Gladson Cameli na casa dos 70% e dos secretários não alcançando os 20%.