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Motoboys da Uber Eats no Acre ganham ação na Justiça após serem bloqueados pela empresa  

Com o alto índice de desemprego no país, muitas pessoas procuram outras formas de ganhar uma renda mensal. É o caso dos motoboys da Uber Eats, plataforma de delivery de comida que já funciona em Rio Branco há alguns meses.

Mas a boa alternativa de fazer uma renda mensal tem gerado problemas para muitos motoristas. É o caso do motoboy Cláudio Félix, que foi bloqueado após não conseguir efetuar três entregas.

Segundo Félix, o sistema bloqueia os motoristas que atingem três entregas não realizadas, o que, na maioria das vezes, acontece por culpa dos clientes.

“Um cliente faz um pedido, a gente se dirige até o local, só que o cliente desaparece. Não atende o telefone, e a gente não consegue localizar. Aí a gente entra em contato com o suporte, no local onde estamos e informamos. Eles verificam e confirmam que o cliente não é localizado e pedem pra gente aguardar 15 minutos no local, o que é muito perigoso porque muitas vezes isso ocorre no meio da noite. Depois desses minutos, chega a mensagem que podemos descartar os produtos”.

E destaca: “Se a gente não der um jeito de entregar para a pessoa que pediu, isso acontece. E isso já aconteceu com muitos motoboys aqui”.

Banido da plataforma e sem renda para sustentar a família, o motoboy decidiu impetrar uma ação na Justiça contra a empresa. A advogada Vanessa Facundes explica que a Justiça notificou a empresa, que recebeu o prazo de 15 dias para reintegrá-lo à plataforma sob pena de multa no valor de R$ 200,00 por dia.

“A Uber Eats simplesmente cancelou a relação deles de parceria, baniu, disse que eles não iriam mais trabalhar juntos alegando várias hipóteses, que eles poderiam ter extraviado comida, cancelado entrega, tudo isso. Não há nada que justifique eles não poderem ter mais essa parceria, violando assim princípios da igualdade, da boa fé objetiva. Foi quando a gente entrou com as ações e conseguimos a liminar para a reintegração”.

Mesmo o Judiciário concedendo a reintegração de dois motoboys, apenas um foi desbloqueado do aplicativo de entregas.

“O que eu fico mais chateada é que a empresa não pensa que a pessoa só tem aquela renda, e tira a pessoa sem motivo algum. É o que mais me chateia. É uma situação difícil por que eles sempre vão entrar com recursos, têm uma boa situação financeira, mas a gente também persiste e vai até o final para garantir o direito dessas pessoas”, afirmou a advogada.

O Jornal A GAZETA destaca que está com espaço aberto para a empresa se pronunciar caso queira fazer qualquer esclarecimento sobre os fatos descritos nesta reportagem.

 

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