Desde o início da gestão de Gladson Cameli, no começo deste ano, os policiais civis do Acre tentam negociar o pagamento de retroativos atrasados, além de melhorias na infraestrutura das delegacias do estado.
Sem avanços, a categoria realizou nesta segunda-feira, 23, um ato em frente a Casa Civil para chamar atenção do governo. Representantes do Sindicato dos Policiais Civis do Acre (Sinpol/AC) se reuniram com a equipe do governo para discutir sobre as propostas da categoria.
Dentre as principais reivindicações, está o pagamento retroativo das promoções, titulações e verbas rescisórias dos policiais. Além disso, a categoria exige melhoria nas condições de trabalho, sobretudo na parte de infraestrutura das delegacias em todo o estado.
“O movimento é para chamar atenção do Governo do Estado. Ao longo dos nove meses nós estamos negociando, porém, sem nenhuma resolução. O governo, na visão do sindicato, está enrolando a categoria de policiais civis, sempre dando desculpas. Chegou um momento que os policiais não aguentam mais, queremos uma resposta definitiva”, disse o presidente do Sinpol/AC, Tibério Costa.
Contudo, assim como tem feito com os servidores da Saúde, o Governo do Estado vem “adiando” as decisões relacionadas aos problemas de diversas categorias. Na reunião desta segunda, 23, por exemplo, a equipe governamental marcou um novo encontro para a próxima quarta-feira, 25, data prevista para a chegada do governador Gladson Cameli, que está de Nova York.
“Na reunião de hoje, houve um pequeno avanço na parte de destinação de verbas para a reestruturação de unidades policiais. Contudo, relativo ao pagamento dos retroativos, nada avançou. Não foi apresentado um cronograma”.
Sem acordo ou propostas, a categoria deflagrou a ‘Operação Cumpra-se a Lei’ com o intuito de pressionar o governo a atender as reivindicações dos policiais. A partir de agora, segundo o Sinpol, os policiais vão cumprir, exclusivamente, o que determina a lei, inclusive com relação a carga horária de trabalho.
“Vamos parar de dar um jeitinho. Vamos parar de pagar pelo serviço de internet, o que é feito na boa parte das delegacias. Também vamos parar de trazer material de escritório para fazer nosso trabalho. Se o Estado, que tem obrigação legal de prover os meios necessários não está provendo, não vai ser o policial civil que vai tirar o dinheiro do bolso para prover”.
Segundo o sindicalista, a medida deve prejudicar o andamento das investigações policiais e impactar negativamente no aumento do índice de criminalidade no estado.
“O policial civil vai parar de se desdobrar e suprir as omissões do Estado. Ele [Gladson Cameli] vai ver que isso vai trazer prejuízos no bom andamento do trabalho policial”.