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Saúde não descarta retomada da greve e admite “desgaste na relação” com o governo

FOTO/SÉRGIO VALE

Os servidores da Saúde se reuniram, nesta quinta-feira, 19, com o governador Gladson Cameli, a secretária Mônica Feres, e o secretário de articulação política, Alysson Bestene, para debater as reivindicações da categoria.

Entre as principais pautas, a equipe discutiu sobre a revisão do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCR), etapa alimentação e a regularização do Pró-Saúde. Condições de trabalho e segurança dos profissionais também estavam em pauta.

Outra reivindicação da categoria é a exoneração secretário adjunto de saúde, o coronel do Exército Brasileiro, Jorge Rezende, acusado de agredir o deputado estadual Jenilson Leite durante a greve. O coronel também teria chamado os servidores de vagabundos.

As expectativas da categoria com a reunião eram grandes. Porém, o resultado foi frustrante.

“A reunião não foi produtiva, não houve nada de concreto e não contemplou nenhum dos nossos anseios como trabalhadores, principalmente as condições de trabalho. Não temos condições de atender a população por falta de leitos, medicamentos, profissionais, e de condições de segurança”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac), Adailton Cruz.

Segundo o sindicalista, a relação dos profissionais de saúde com o Governo do Estado foi “extremamente desgastada” após o suposto caso de agressão por parte do secretário adjunto de saúde.

“A relação dos profissionais com a gestão foi extremamente desgastada após a postura truculenta e desrespeitosa do coronel. O governador decidiu manter o coronel, mesmo contra a vontade dos trabalhadores”.

Assim como tem feito desde o início de sua gestão, Gladson Cameli prometeu, mais uma vez, resolver as reivindicações da categoria. Contudo, nada ficou definido.

“Na mesa de reunião, o governador pediu apenas paciência para que nós aguardemos até o dia 15 de novembro. E que, após a negociação da dívida do Estado, ele teria condições de atender nossos pedidos. Mas não assumiu qualquer compromisso e não atendeu nenhuma de nossas reivindicações”, desabafou Cruz.

Os sindicatos de Saúde irão se reunir nesta sexta-feira, 20, e convocar uma Assembleia Geral. “Juntos com os profissionais vamos decidir as ações que iremos tomar. Greve, manifestações, denúncias públicas, denúncias ao Ministério Público, o que pudermos fazer”, afirmou o presidente.

Justiça acaba com greve – A greve foi cancelada por determinação da desembargadora do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Denise Bonfim. A magistrada suspendeu da greve sob pena de multa de R$ 15 mil por hora de paralisação, em caso de descumprimento.

Apesar de não declarar ilegalidade do movimento grevista, a desembargadora determinou o fim da greve alegando a superioridade do direto à saúde e a segurança da população. A categoria recorreu da decisão e aguarda tramitação do processo.

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