Os pacientes transplantados e com doenças autoimunes atendidos pela Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) estão vivendo uma situação crítica.
Segundo o presidente da Associação dos Pacientes Renais Transplantados do Acre, Vanderli Ferreira, há três meses o Governo do Estado não disponibiliza os medicamentos Azatioprina e Ciclosporina de 100 mg. Cerca de 30 pacientes necessitam desses remédios para dar continuidade ao tratamento.
“Eles dizem que têm o dinheiro, dizem que estão esperando, mas até agora o remédio não apareceu. Isso está colocando em risco a vida de pacientes transplantados e com doenças autoimunes.”
Outra reclamação é com relação à falta de um médico especialista para fazer exames de ecodoppler.
“Esse exame é essencial para fazer o tratamento de hemodiálise. Estamos há dois meses lutando para esse médico ser contratado. A Sesacre tem que contratar esse médico, tem um equipamento novo na Fundação, mas não tem um médico pra fazer exame. Temos dezenas de pacientes que estão precisando fazer esses exames.”
Ferreira disse que a Secretaria de Saúde se comprometeu em dar uma resposta até o dia 1º de outubro. “Eu pedi urgência e até agora a situação continua. Disseram que iam dar uma resposta, mas não temos nenhuma resposta dos medicamentos e nem do médico”, acrescentou.
Além dessas reclamações, o presidente afirma que os pacientes estão sem anestesia para confecção de fístulas e também precisam de um aparelho novo para realizar a dosagem de Tacrolimus. “A situação para nós renais crônicos e transplantados não está fácil”.
Assim como foi comunicado para os pacientes, a Sesacre informou à reportagem, por meio da Assessoria de Comunicação, que não há uma data específica para a chegada dos remédios.
“Esses medicamentos já estão na lista de aquisição do Unacon juntos aos fornecedores. Acredito que em breve já estarão disponíveis na nossa farmácia naquela unidade”, disse a assessoria, após entrar em contato com o Hospital de Câncer do Acre (Unacon).
Com relação à contratação do médico especialista, a assessoria não soube informar se a responsabilidade é da Sesacre ou da Fundhacre.
A reportagem entrou em contato com o diretor-presidente da Fundhacre, Lauro Melo, que afirmou: “Nós tratamos disso com a Sesacre ontem. Acredito que até a próxima semana esse nome seja definido. Temos poucos especialistas na cidade para atender essa demanda do ecodoppler”.