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“Um balde de água fria”, diz Sintesac sobre decisão da Justiça de suspender greve da Saúde

Os servidores da Saúde foram pegos de surpresa pela decisão da desembargadora do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Denise Bonfim. A magistrada determinou a suspensão da greve sob pena de multa de R$ 15 mil por hora de paralisação, em caso de descumprimento.

A categoria deflagrou greve nesta terça-feira, 10, após diversas tentativas de acordo com o Governo do Estado. O primeiro dia foi marcado por confusão entre o secretário adjunto de Saúde, Coronel Resende, e o deputado estadual Jenilson Leite.

Apesar de não declarar ilegalidade do movimento, a desembargadora determinou o fim da greve alegando a superioridade do direto à saúde e a segurança da população.

“No ponto, reputo indispensável mencionar a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na Reclamação Constitucional nº. 6.568/SP, precedente em que o Pretório Excelso esclareceu a possibilidade de prevalência do direito à saúde e segurança da coletividade sobre o direito de greve dos servidores públicos que atuam em áreas consideradas essenciais”, disse.

A decisão foi um “balde de água fria” para a categoria, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac), Adailton Cruz.

“Lamentamos a interferência do judiciário em um processo justo, legal, que visa melhorar as condições de saúde do nosso estado. Quando a gente se mobiliza para termos avanços nesse sentido, o judiciário atua jogando um balde de água fria nas expectativas dos trabalhadores e da população. É lamentável”, declarou.

Até o final da tarde desta quarta-feira, 11, o sindicato ainda não havia sido notificado pela Justiça. Porém, a entidade deve recorrer da decisão.

“Não fomos notificados ainda e, até sermos notificados, vamos continuar com o movimento. Sendo notificados, nós vamos ter que cumprir. Mas é lógico que vamos recorrer”, afirma.

Reunião com o governo

A categoria deve se reunir com o vice-governador Major Rocha na tarde desta quarta. Em sessão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o vice-governador falou da legitimidade do movimento e destacou o interesse do governo de entrar em um acordo com os servidores.

“O governo nunca fechou as portas para o diálogo. As reivindicações são legítimas e temos que avançar. Pegamos a Saúde do Acre em condições precárias. No entanto, vamos resolver isso no diálogo. Não é o nosso perfil o confronto, pelo contrário, queremos resolver a situação”.

PS de portas fechadas

Desde o primeiro dia de greve, o portão principal do Pronto Socorro de Rio Branco está fechado. Isso porque somente casos de urgência e emergência estão sendo atendidos, ou seja, pacientes que chegam de ambulância do Samu ou que correm risco de morte. Apenas 40% dos servidores estão trabalhando.

Uma fonte informou ao Jornal A GAZETA que os servidores estão sendo coagidos a não participar da greve, sob ameaça de corte de ponto.

“Os chefes ficam ameaçando cortar ponto, e eles sabem que a nossa greve é legítima e não podem fazer isso. Também estão coagindo os colegas que estão de plantão a não deixarem o plantão, só que eles sabem que não podem fazer isso. Infelizmente, a direção do Pronto Socorro é um pouco ditadora e segue a ordem da secretária de Saúde”, disse.

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