Na última quinta-feira – no “E agora, Brasil? – evento da CNC – Confederação Nacional do Comércio e os jornais O Globo e Valor Econômico – o presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre, foi enfático: o Brasil gasta 96 por cento do que arrecada para sustentar a máquina pública! Não foi uma revelação, propriamente, mas uma constatação que amedronta por sua capacidade de exibir que o País não resistirá por muito tempo se não mudar suas concepções e bases administrativas.
O setor produtivo se alia às donas de casa, aos pais e mães de família e aos que, de igual bom senso, defendem mudanças menos superficiais, menos paliativas na forma de governo, que hoje privilegia castas de funcionários públicos com enormes rendimentos, uma engrenagem que o resultado do trabalho não consegue mais pagar. É, em outras palavras, viver às margens do caos, da insolvência, pois quem gasta mais do que arrecada não consegue fechar suas contas.
Em resposta à sugestão que apresentamos o senador Alcilumbre acenou positivamente com proposta concreta de projeto de enxugamento do Estado, o que nos dá esperança de ver fluir no Congresso mais do que debates.
O Brasil é um Estado que compra e não consegue pagar, que constrói mas não consegue manter, que consome, enfim, mais do que produz.
Eventos como os debates do “E agora, Brasil?”, que ocorrem em ambientes neutros – isto é, fora dos plenários legislativos etc – à luz da publicidade, nos estimulam a crer que a sociedade, uma vez chamada ao debate franco e sem as nuances partidárias ou ideológicas, está a favor das reformas do Estado. A Reforma da Previdência, a Reforma Fiscal e Tributária, a Reforma Política e Partidária, a sociedade quer um país, não do futuro, quer o país do agora, do imediatamente.
Dentro da casa de família como no ambiente empresarial a percepção do desequilíbrio é inquestionável! O brasileiro quer emprego, mas o Estado não gera a confiança que a economia precisa para que o investidor, o empreendedor realize os negócios que garantam melhores indicadores sociais. Os números do desemprego, da violência e da criminalidade, o financiamento da Educação, da Saúde e da Segurança Públicas comprometem o que chamarmos de projeto de Nação.
As contas que não fecham abrem abismos de desigualdades, que a ninguém interessam.
Leandro Domingos é presidente da FECOMÉRCIO/AC.