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Filho que matou pais segue em presídio e família tem medo: ‘queremos que continue preso’

Ainda revoltados com a morte dos idosos Diva Vieira e Durval Batista, de 75 e 78 anos, familiares têm medo que Alisson Vieira de Araújo, filho do casal e principal suspeito do crime, seja solto.

O crime bárbaro ocorreu na quinta-feira, 12, no município de Sena Madureira, no interior do Acre. Araújo, que tem diagnóstico de esquizofrenia e tomava remédios controlados, teria matado os pais durante um surto.

A sobrinha dos idosos, Aldileide Vieira, conta que ele ficou preso na delegacia da cidade até domingo, 15, quando foi encaminhado ao Presídio de Sena Madureira.

Na segunda, 16, Araújo foi levado para uma consulta no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), onde foi medicado e em seguida retornou à penitenciária.

“A gente, como família, não tem dúvida do que ele fez e a gente não quer ele seja solto de jeito nenhum. Queremos que ele fique preso ou internado no Hosmac, porque vai ser melhor para ele, a família não quer mais saber dele não. Mesmo sabendo que ele foi vítima da doença, todo mundo fica com medo”, disse Aldileide.

Batia na mãe e tentou matar primo

Os parentes relatam ainda que ele era agressivo com a família, batia na mãe, e tinha até tentado matar um primo a facadas antes. Segundo Aldileide Vieira, sobrinha do casal assassinado, o rapaz evitava tomar os remédios.

“Minha prima procurou várias vezes ajuda porque aconteceu, em outras vezes, de ele ficar agressivo, bater na minha tia, na minha irmã, tentou matar meu irmão a facadas. Isso porque não queria tomar remédio. Consegui marcar uma consulta para ele no Hosmac, só consulta, para liberar o remédio que toma, que é muito caro. Conseguimos os remédios, mas estávamos tentando ajuda para internar ele”, contou a sobrinha dos idosos, Aldileide Vieira.

Os idosos foram mortos a golpes de faca na casa em que moravam com o filho, na Travessa Otávio Joaquino. De acordo com o 8° Batalhão da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, Araújo foi preso em flagrante próximo ao Polo Moveleiro do município.

 

Pedidos de ajuda

Ainda segundo Aldileide, o rapaz agredia qualquer pessoa que tentasse dar os remédios para ele. Em uma das vezes, a família acionou a Polícia Militar do Acre e Araújo foi levado para o hospital e os parentes pediram para que ele fosse encaminhado para o Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac).

Ainda segundo a parente, a família também tentou ajuda para tentar internar o rapaz na promotoria de Justiça, no Fórum, e no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Sena Madureira.

Ao G1, o secretário de Saúde de Sena Madureira e fundador do Caps na cidade, Daniel Herculano, explicou que o centro só atua com o transporte de pacientes para o Hosmac e mediante autorização judicial.

O Tribunal de Justiça do Acre informou que a Vara Civil da cidade de Sena Madureira não tem registrado nenhum pedido de internação em nome de Araújo ou dos pais dele. Segundo o Ministério Público do Acre (MP-AC), também não há nenhuma solicitação de internação em nome do rapaz.

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