Sem acordo. Assim tem sido a postura do governador Gladson Cameli (PP) para com os deputados estaduais, que compõem a base governista na Aleac, que durante a noite de quinta-feira, 19, e todo o dia de ontem, 20, buscavam soluções para tentar reverter a decisão considerada “dura”. Entre os 340 cargos exonerados, a maioria era indicação de parlamentares.
Mesmo viajando para os Estados Unidos para participar de uma agenda de governo, Gladson Cameli (PP) adiantou que é “zero” a possibilidade tornar as exonerações sem efeito. A declaração de Cameli joga mais lenha na fogueira no incêndio que o vice-governador Major Rocha (PSDB) tenta apagar. Com isso, o governo caminha para encontrar um novo líder.
Entre os exonerados estavam, pelo menos, três pessoas ligadas diretamente ao deputado Luís Tchê (PDT). Alvo dos ataques de Cameli, Luís Tchê poderá desembarcar do governo e formar uma nova base oposicionista dificultando a vida do governo na Aleac.
Nesta sexta-feira, ninguém quis falar com a impressa sobre o assunto. Mas, o líder do governo disse na noite de quinta-feira que conversaria com a base a respeito da sua permanência na liderança.
“Eu ainda vou conversar com a base. Tem uma crise instalada”, disse Tchê em tom de desapontamento. Para ele, falta comunicação entre o governo e os deputados. O fechamento dos secretários em seus gabinetes impõem aos deputados estaduais o silêncio. “O que eu vejo é falta de comunicação”, acrescenta ele ao comentar que no dia em que foram votados os vetos, ele tentou consultar três secretários ligados diretamente a Cameli, mas sem sucesso.
Equívoco – O governo trata a derrubada dos vetos como um equívoco dos deputados. A equipe de governo diz que o tema está sendo tratado “de forma pacífica e respeitosa com todos os membros da Casa do Povo” para solucionar o problema.
Embora o governo tente tratar o assunto como uma falha de comunicação, o certo é que o problema está instalado e uma ruptura foi aberta na relação Governo – Assembleia difícil de sanar. O fato trouxe exposição para o Poder Legislativo.