A presidente da Associação Brasileira de Ozonioterapia, a médica Maria Emília Gadelha Serra, apresentou nesta terça-feira, 22, à comissão de saúde da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) seu estudo sobre as meninas que tiveram reações após tomarem a vacina contra HPV.
No Acre, cerca de 90 meninas adoeceram após se vacinarem, em 2014. O estudo da médica foi baseado em exames feitos em 40 jovens.
A especialista foi enfática ao dizer: “Essa vacina não presta e não passa de uma operação bancária. Chega de enganação. Isso que ocorreu no Acre é um crime, e o Ministério da Saúde deve investigar o caso”.
A mãe de Sabrina Winieviski, a autônoma Bruna Melo, participou da reunião. Ela e sua filha ficaram 18 dias internadas no hospital da Universidade de São Paulo (USP). Porém, o que parecia ser o começo de um tratamento adequado foi uma situação constrangedora.
As jovens foram encaminhadas para Tratamento Fora de Domicílio (TFD) após o Ministério da Saúde liberar R$ 250 mil para o tratamento das meninas.
Melo conta que sua filha e Valéria Nascimento, outra jovem que também foi encaminhada pelo TFD, foram acompanhadas apenas por médicos psiquiatras.
“Quando chegamos lá, a primeira coisa que fizeram foi nos jogar em um hospital psiquiátrico. Só quem atendeu as meninas foram psiquiatras. Ficamos 18 dias fazendo exames que não temos nenhum resultado. Queremos uma resposta da USP por que ninguém pegou exame, não tivemos resposta nenhuma. Queremos que mudem os profissionais, porque os que estão atendendo não estão fazendo nada”, relatou.
Ainda segundo a autônoma, os médicos da USP suspenderam toda a medicação que as jovens já tomavam.
“Os médicos disseram que tudo nelas é psicológico. Disseram que ela tem crise convulsiva, mas que é psicológico. Perguntei do sangramento e dos outros sintomas, e disseram que era tudo da cabeça dela. Perguntei o que era para fazer quando ela estivesse com crise, e disseram pra deixá-la jogada no chão e fingir que não estava vendo. Eu voltei arrasada”.
Já em Rio Branco, a mãe conta que alguns profissionais estão receitando apenas remédios controlados para as jovens.
“Fiquei sabendo que tem médico passando tratamento para as mães. Acham que as meninas estão loucas, e as mães também. O Samu não vem mais, omitem socorro. A nossa situação piorou bastante”.
Apesar de toda a situação, Melo acredita que a pesquisa apresentada pela médica reacendeu a esperança de tratamento adequado para a filha e para as outras meninas que já estão sendo acompanhadas pelo MS.
“Essa médica é uma luz no fim do túnel. Ela está acompanhando três meninas e o tratamento está tendo efeito”, finalizou.